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Com 30 minutos, sessão cai na Assembleia após Rosemberg criticar Hilton e acusar Judiciário de interferência

Com 30 minutos, sessão cai na Assembleia após Rosemberg criticar Hilton e acusar Judiciário de interferência

Por Raiane Veríssimo

13/01/2020 às 17:34

Atualizado em 13/01/2020 às 17:57

Foto: Reprodução/TV Alba

Primeira sessão do ano na Assembleia

Mesmo com convocação extraordinária e a “ajuda de custo” de R$ 50.644,50, a sessão na Assembleia Legislativa da Bahia durou exatos 30 minutos. Após verificação de quórum solicitada pelo petista Jacó, apenas sete se encontravam em plenário. O painel chegou a computar 52 dos 63 deputados estaduais, mas em plenário circulou mesmo apenas 26.

O ponto alto do pequeno expediente foi o discurso inflamado do líder governista, Rosemberg Pinto (PT), que não poupou críticas ao deputado Hilton Coelho (Psol) - autor do mandato de segurança que acabou suspendendo a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC n° 158/2019) que trata da reforma da previdência de servidores estaduais. Ele voltou a dizer que é uma exigência do governo federal para que estados e municípios adequem à recente lei aprovada no Congresso Nacional sob pena “de perderem a capacidade de contratualizar com o governo federal”. Também defendeu a dispensa de formalidades feita a partir de acordo de líderes e lembrou que várias matérias foram aprovadas no ano passado da mesma forma, como, segundo ele, é previsto no regimento interno da Casa.

“Nunca fomos para o Judiciário para resolver o problema da nossa Casa. Quem resolve o problema do regimento interno da nossa Casa são os deputados. No momento que eu vou pedir a interferência do Judiciário, estou dizendo que essa Casa não tem a capacidade de resolver seus problemas internos. Quero lamentar o questionamento que se fez a essa Casa. Vossa excelência fazer uma judicialização dos ritos dessa Casa é irreparável. Acho legítimo que a CUT e outra central fizesse, mas um parlamentar é lamentável e eu não podia ficar calado sobre essa questão”, bradou o líder do Governo, ressaltando que está diante de um impasse já que as centrais sindicais não aceitam abrir discussão e querem a retirada da PEC da pauta.

Rosemberg também lamentou a interferência do Judiciário em questões internas da Assembleia. “Não importa se aqui nessa Casa, na hora de votar tenha dez, cinco ou 63 deputados, o que importa tenha aqui no painel a presença da maioria dos deputados. Nós não podemos jogar fora a história do Poder Legislativo. Lamento que o Poder Judiciário tenha interferido na Assembleia Legislativa na tramitação desse projeto. O Poder Legislativo tem toda a legitimidade”.

Outro ponto criticado pelo petista foi algumas declarações na imprensa sobre o pagamento de “ajuda de custo” a parlamentares pela convocação extraordinária que deve custar R$ 3,15 milhões aos cofres públicos. Rosemberg negou que o governador esteja pagando a parlamentares para a votação de seis matérias previstas nesse período. Além da reforma da previdência, também serão apreciadas matérias que tratam a alteração de aposentadoria de policiais civis e agentes penitenciários, a mudança dos estatutos de policiais militares e professores, e ainda a venda do Colégio Estadual Odorico Tavares que fica no Corredor da Vitória.

“Não é verdade, o governador não está pagando a ninguém nem pediu a ninguém pra vir votar e receber nenhum tipo de remuneração. Agora, a Casa Legislativa tem seu regimento. Eu acho que o regimento tem que ser respeitado e quem achar que não deva e realmente é extremamente remunerado que assine o documento dizendo que não quer. Agora, não podemos ser levianos de expor os deputados e o governador”, pontuou Rosemberg fazendo menção ao fato de Hilton ter assinado, nesta manhã, durante protesto de servidores, um documento formalizando a devolução do dinheiro.

Em aparte, Hilton rebateu Rosemberg, voltou a criticar o fato da matéria ter sido enviada por Rui no último dia 17 e, no mesmo dia, ter sido aprovada sua tramitação em regime de urgência mesmo com apenas sete deputados presentes em plenário, após acordo de líderes e aval do prefeito ACM Neto (DEM). Também chamou a reforma de “misógina”, “agressiva”, “cruel” e “perversa” contra os servidores públicos. Sobre a devolução da quantia, ele disse que os demais deputados “não necessariamente são obrigados a fazer, mas se tiver uma sintonia com o sentimento da população, devem também fazer”.

Hilton também ameaçou a renunciar o mandato ao comentar sobre a fala de Rosemberg quanto ao número de parlamentares necessários para a votação de qualquer matéria ou sua tramitação. “Se nós fazemos votação aqui com quórum que precisaria ser de 21 deputados, nós fazemos com cinco. Abrimos a sessão com sete e ao final tem cinco. Se nós fazemos uma votação aqui que precisaria de 32 deputados e fazemos com cinco. Se nós aceitarmos como deputados apenas termos ciência formal do projeto através do Diário Oficial, no dia posterior da aprovação da sua prioridade, vamos renunciar o mandato. Eu não vou fazer isso, o mandato é da vontade popular”, bradou Hilton ao assegurar que enquanto estiver na Assembleia fará o que for necessário para que seja respeitada a Constituição e o regimento interno da Casa.

Os deputados que circularam na sessão foram: Aderbal Caldas (PP), Adolfo Menezes (PSD), Alan Sanches (DEM), Capitão Alden (PSL), Diego Coronel (PSD), Eduardo Salles (PP), Fátima Nunes (PT), Fabíola Mansur (PSB), Hilton Coelho (Psol), Ivana Bastos (PSD), Jacó (PT), José de Arimateia (Republicanos), Marcelo Veiga (PSB), Mirela Macedo (PSD), Pastor Isidório Filho (Avante), Laerte do Vando (PSC), Olívia Santana (PCdoB), Pastor Tom (PSL), Paulo Câmara (PSDB), Rosemberg Pinto (PT), Talita Oliveira (PSL), Targino Machado (DEM), Tiago Correia (PSDB), Zé Cocá (PP) e Zé Raimundo (PT).

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