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EUA revogam visto de funcionários do governo brasileiro por contratação de cubanos no Mais Médicos
EUA revogam visto de funcionários do governo brasileiro por contratação de cubanos no Mais Médicos
Por Julia Chaib/Folhapress
13/08/2025 às 19:30
Atualizado em 13/08/2025 às 19:30
Foto: Reprodução/Instagram

O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (13) que revogará vistos de autoridades brasileiras e ex-funcionários da Opas (Organização Pan Americana de Saúde) que tenham atuado na contratação de médicos cubanos no programa Mais Médicos.
A gestão Trump afirmou que revogou os vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman. O Departamento de Estado justificou a medida porque ambos "trabalharam no Ministério da Saúde do Brasil durante o programa Mais Médicos e desempenharam um papel no planejamento e na implementação do programa".
Mozart é atualmente secretário de Atenção Especializada à Saúde e muito próximo do ministro Alexandre Padilha (Saúde). Já Kleiman é coordenador-geral para COP30 da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), organização intergovernamental da qual fazem parte os governos de países que têm floresta amazônica em seus territórios.
O Mais Médicos foi implementado em 2013, durante o governo Dilma Rousseff. À época, Padilha também era ministro da Saúde e os afetados nesta quarta pela decisão dos EUA trabalhavam com ele.
O Departamento de Estado não elencou nem Dilma nem Padilha como afetados pela revogação do visto.
O secretário do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que a medida "para revogar vistos e impor restrições de visto a vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS cúmplices no esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano".
"O programa Mais Médicos foi uma fraude diplomática inconcebível de ‘missões médicas’ estrangeiras", afirmou Rubio.
"Nossa medida envia uma mensagem inequívoca de que os Estados Unidos promovem a responsabilização daqueles que possibilitam o esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano", afirma depois o Departamento de Estado em declaração.
O órgão afirma que essas autoridades usaram a Opas como "intermediária com a ditadura cubana". Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram terem sido explorados pelo regime cubano como parte desse programa", diz o órgão americano.
O Mais Médicos foi criado com a intenção de levar assistência médica a áreas afastadas e cidades do interior. Para isso, fez um acordo com a Opas para garantir a contratação de médicos cubanos, que atuaram no programa até 2018.
Hoje, o programa segue em vigor, mas sem a participação dos cubanos. O fato de os EUA terem resolvido sancionar dois funcionários ligados à iniciativa de contratação de médicos de Cuba, é uma sinalização de que o governo americano pode estar disposto a punir também integrantes do governo federal.
Desde julho, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, passou a aplicar sanções ao Brasil e ao ministro Alexandre de Moraes, esta é a primeira vez que uma autoridade do Executivo é atingida.
