8 de dezembro de 2025
Artigos do Colunista
Ernesto Britto Ribeiro
Ernesto é mestre em Administração Estratégica e trabalha com foco em desenvolvimento turístico desde 2001. Foi professor de disciplinas de Planejamento Turístico e Políticas Públicas de Turismo na Faculdade Visconde de Cairu e na Factur. Foi secretário municipal em Itaparica e sub-secretário em Salvador. É sócio da SOBRETURISMO CONSULTORIA, empresa especializada em projetos de desenvolvimento setorial, com inúmeros trabalhos na Bahia e no Piauí, sempre na área de turismo e economia criativa. Ele escreve às sextas-feiras neste Política Livre.
Bahia, França, Portugal e Espanha
Acontecido o sorteio dos jogos da Copa FIFA 2014, nos hotéis da Costa do Sauipe, resta-nos analisar nosso turismo receptivo para esses países e trabalhar com foco para gerar o máximo de legados com esse público já definido pela sorte. E que sorte! As seleções sorteadas para jogos iniciais na Arena Fonte Nova são França, Portugal, Espanha, Alemanha, Holanda, Suíça, Bósnia e Irã. Temos que considerar que teve um sopro da sorte nessa escolha de países. Poderíamos receber apenas países que não representam nada em nosso turismo receptivo, mas não, se Papei Noel existe, foi ele que nos trouxe Portugal, Espanha, França e Alemanha. Conheço bem os franceses e seu lindo país. Eles adoram a Bahia. Podemos contar com milhares de franceses vestidos de azul, vermelho e branco, gritando, cantando, dançando, se misturando com nosso povo multicolorido. Muitos franceses moram na Bahia, são proprietários de hotéis e pousadas, trabalham como professores e se relacionam muitíssimo bem com nossa terra. Aqui, muita gente fala a língua de Napoleão, haja vista que a Aliança Francesa está instalada há décadas na Bahia oferecendo cursos regulares e de conversação. Que venham os franceses. Quanto à vinda da Espanha, será uma festa só. Temos a maior colônia de galegos do Brasil. Espanhóis e seus descendentes fazem parte de nossa sociedade já há muito tempo. São Fidalgos, Kikos, Vidal, Oubinhas, Faro e tantos espanhóis que dominam o comércio, a hotelaria e as padarias aqui em nossa terrinha, que nem percebemos mais os sobrenomes ibéricos. Falando do jogo especificamente, teremos uma réplica da final da última copa com Espanha e Holanda se enfrentando sob nossos olhos. Os turistas espanhóis também adoram a Bahia e, em especial, Carlinhos Brown e o Candeal. Será muita gente falando espanhol nas vielas do Candeal e de toda a cidade. Para concluir o triunvirato dos apaixonados pela Bahia, aparece Portugal, terra natal de D. Pedro I e tantos outros heróis brasileiros. Os portugueses desejam visitar o Brasil e, sobretudo, a Bahia e, mais ainda, a cidade de Porto Seguro. Para se ter uma ideia, 19% dos turistas estrangeiros que visitam Porto Seguro são Portugueses, conforme pesquisa Setur/FIPE USP. É o maior índice de Portugueses em qualquer cidade brasileira. Eles querem retornar ao início e isso é muito bom. Além de Espanha, França e Portugal, a Alemanha vai passar por aqui para jogar contra nossos irmãos portugueses. Os germânicos e os três anteriormente citados formam um quadro que representa quase 35% dos turistas estrangeiros que visitam a Bahia. Pensando somente em Salvador, esses países representam aproximadamente 42% do total de visitantes. Pena que não teremos a Itália, mas o fato é que fomos sortudos no sorteio dos jogos. Se tivermos o mínimo de preparação para receber esse público que já adora nossa terra e virá em massa para a Copa, faremos bonito e deixaremos neles o desejo do retorno. Se saírem daqui falando bem, será o céu. Para isso, coisas simples podem ser intensificadas, agora que já sabemos as línguas faladas pelas principais seleções que visitarão a Bahia. Fortalecer a língua espanhola e francesa, sem se esquecer da inglesa, é um primeiro passo. Sinalização, impressos e cardápios nessas línguas também ajudará um montão. Instalar postos de informações turísticas com profissionais fluentes em espanhol, francês e inglês também será necessário. E depois da Copa, o que termos de legado no fluxo de turistas na Bahia? Para começar, o visual aqui é lindo mesmo. Um passeio pela Baía de Todos os Santos é suficiente para derrubar de amores qualquer europeu. Mas precisamos de mais do que simplesmente as belezas naturais ou arquitetônicas históricas. Precisamos ser muito bons para alguns visitantes, esquecendo de querer ser bons para todos. Sinceramente, eu daria especial atenção aos visitantes portugueses, espanhóis, franceses e alemães, que são grandes polos emissores de turistas e que já têm uma queda especial por nossa terra. Querer ser bom para todos é o primeiro passo para não ser bom para ninguém, portanto, foco em quem voltará com mais intensidade. E você, profissional de turismo e da economia criativa, já começou a se comunicar em espanhol, francês ou inglês? Aproveito este artigo para desejar um ano novo de muita saúde e alegria para você, leitor. ‘Au revoir’
09/01/2014 às 10:20
Baía de Todos os Santos no Prodetur Nacional Bahia
A Baía de Todos os Santos, cantada em versos e prosas há mais ou menos 500 anos, tem estado em segundo plano no desenvolvimento do turismo da Bahia. Isso é uma queixa antiga dos profissionais de turismo, tanto de Salvador como dos outros municípios do recôncavo. Se alguém achar que ela não está esquecida, sugiro dar um passeio de ferry boat e voltar para conversar de novo. Destinos como Porto Seguro, Ilhéus, Lençóis e a Costa dos Coqueiros como um todo tem sido muito mais privilegiados nas decisões sobre o turismo do que a BTS e, sobretudo, a nossa Ilha de Itaparica. Para falar de somente um elemento fundamental no turismo, apenas o Club Med se apresentava, até poucos dias, como uma hospedagem de alto nível em toda a Ilha. No mês passado, o SESC inaugurou o Grande Hotel de Itaparica, totalmente reformado e pronto para dar suporte hoteleiro para o município de Itaparica, com preços bastante competitivos, sobretudo se o hospede for comerciário. Dou esse foco especial na Ilha de Itaparica visto que é a maior e mais bem localizada, no centro da BTS. Fora disso, não tenho notícias de investimento privado de grande porte nos equipamentos turísticos na BTS. Falam-se em grupos estrangeiros que desejam investir em hotelaria de grande porte em algumas ilhas de nossa Baía, mas tudo passa e os hotéis não inauguram. Nesse contexto, todos reclamam da falta de investimentos públicos no acesso, na segurança e na infra estrutura geral. A boa noticia é que nem tudo está perdido. Os recursos do Prodetur estão previstos para a Bahia serão integralmente direcionados para melhorar o aproveitamento da Baia de Todos os Santos no que se refere ao turismo náutico e cultural. Serão construídas bases náuticas em cidades do entorno da BTS, com atracadouros, píeres, urbanização, postos de informação e muitos cursos para profissionais de náutica, além da recuperação do Museu Wanderley Pinho e da instalação do Centro de Documentação e Memória da Cultura Negra do Recôncavo. Salvador receberá entre outros investimentos, a recuperação da Rua Chile, o SAC Náutico e a reforma do Centro Náutico, equipamento central no turismo náutico na BTS. Será um investimento de milhões de reais e bastante diversificado, como a Baía de Todos os Santos merecia há muito tempo. Para que esses equipamentos sejam bem geridos e que promovam o resultado que se espera do turismo náutico na BTS, está previsto um plano de comunicação e marketing, diversas pesquisas e consultorias para os municípios beneficiados com esse projeto. A Baía de Todos os Santos possui potencial para desenvolver o turismo náutico e cultural com muito mais energia do que fazemos hoje e o Prodetur Nacional Bahia poderá fazer uma grande diferença. Para tanto, faltam ainda as burocracias de praxe, mas o desejo da classe turística é que seja assinado ainda este ano para que comecemos 2014 assistindo o que poderá ser a grande evolução do turismo da Bahia dos últimos anos. Terra à vista!
22/11/2013 às 20:33
Turismo Criativo – a renovação necessária
Aconteceu nos dias 22 e 23 de outubro de 2013, em Porto Alegre, a Conferência Brasileira de Turismo Criativo. Estive lá com minhas sócias Manuela Scaldaferri e Rejane Mira, da Sobreturismo Consultoria, conferindo as novidades e confirmando nossos conceitos. A Prefeitura da capital dos gaúchos realizou um belíssimo evento, elegante e com profundidade. Organizado em dois dias, teve estrelas internacionais, como Greg Richards, criador do conceito de turismo criativo, Caroline Couret, da rede internacional de turismo criativo, e Sylvie Canal, do site creativeparis.info, como ancoras do conteúdo discutido. As experiências de Paris e Barcelona, celeiros do turismo cultural mundial e que agora se voltam para as atividades criativas que envolvem o turista foram algumas das riquezas apresentadas. Além dos estrangeiros, nomes de peso e figuras carimbadas da economia criativa brasileira, como Caio Luis Carvalho, Ana Carla Fonseca, Claudia Leitão e Lala Deheinzelin também marcaram presença, além de nomes mais regionais do sul do Brasil. As conferências e painéis trataram da nova geração do turismo criativo, as redes do turismo, economia e turismo criativo, inovação, experiências exitosas internacionais e brasileiras, cidades e territórios criativos e muito mais. A liderança maior do evento, o secretario de turismo de Porto Alegre, Luis Fernando Moraes, apresentou o projeto de turismo criativo de Porto Alegre, metodologia que pretende ser responsável pelo desenvolvimento do turismo criativo de sua cidade. O evento teve estrutura simples, mas com tudo o que precisa ter para um evento alcançar os seus objetivos. A cereja do bolo foi o Teatro São Pedro, maravilhoso equipamento cultural dos gaúchos. As experiências exitosas que mais me chamaram a atenção se relacionam com a promoção das atividades já existentes, sobretudo em cidades criativas de padrão mundial. O caso de Paris, apresentado pela Sylvie Canal, refere-se a um portal que reúne mais de 500 ofertas criativas classificadas em oito categorias, como design, fotografia, culinária, jardinagem e cultura, selecionados sob alguns critérios, como preço e língua estrangeira, mas, sobretudo, prezando pela qualidade dos serviços ali divulgados. No início, a busca foi por proporcionar alternativas turísticas que não fossem meramente contemplativas, mas que apresentassem uma oportunidade mais participativa e que envolvessem o encontro de franceses e visitantes. Sylvie disse que se inspirou no caso de Barcelona e que não seguiu uma metodologia estruturada, mas foi realizando aos poucos a avaliação e inclusão das oficinas no portal. Atualmente estão evoluindo de um mero site informativo para passar a comercializar os produtos no próprio site. O objetivo dessas ofertas turísticas criativas é deixar o próprio turista ser o ator principal do sua jornada. Pensa-se em criar um selo que ateste quanto à qualidade dos serviços criativos divulgados. No mesmo sentido vem o barcelonacriativa.info, portal das atividades e serviços criativos que ocorrem em Barcelona. Com o propósito de aproximar artistas locais, moradores e visitantes, o portal apresenta as opções de oficinas e estágios que podem ser realizados na cidade. Com o intuído de mostrar uma cidade mais criativa e efervescente, mas fora dos padrões turísticos convencionais, o portal promove visitação nos bairros onde moram os artistas e isso agrada muito aos visitantes, que se sentem verdadeiramente participantes da vida cotidiana local. Caroline chegou a dizer que somos todos alunos do turismo criativo, no sentido de que estamos todos aprendendo juntos a proporcionar experiências criativas mais relevantes e impactantes para visitantes e moradores. Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal de Turismo, sob a batuta de Luis Fernando Moraes, trilha o mesmo caminho, com a identificação e sensibilização de parceiros, qualificação e divulgação de oficinas e atividades criativas para moradores e visitantes. O mérito da capital gaúcha está em ter começado a caminhar e já colhe os primeiros frutos. A própria conferência já indica um caminho de sucesso que está sendo construído. Por outro lado, Porto Alegre possui problemas, como um receptivo desatencioso e, muitas vezes, áspero com o visitante. Nesses três dias que passei na capital do churrasco, colecionei alguns casos de mau atendimento, sendo alguns engraçadíssimos. No mais, o caminho está traçado para o desenvolvimento do turismo criativo e as palmas vão para o secretário municipal, Luis Fernando Moraes. Agora, voltando para Salvador, trago aprendizados e, sobretudo, a convicção de que estamos avançados no caminho do turismo criativo. Aqui, não apenas a prefeitura está ligada na economia criativa, mas, sobretudo, o Sebrae Bahia, que está à frente de projeto que já apresenta seus primeiros resultados. O Projeto Estruturante da Economia Criativa, realizado com recursos do Sebrae Nacional e do Sebrae Bahia, inclui ações em Territórios Criativos e tem metodologia própria para identificar e desenvolver atrações criativas, passando pelas pesquisas, qualificações e promoção das atividades e pontos de visitação criativa em cada território. Bairros como Candeal, Santo Antônio, Curuzu, Bonfim, Ribeira e Rio Vermelho participam desse projeto, que está em total aderência com o que se faz mundo afora e inova em questões fundamentais como a governança compartilhada nos territórios. Além de territórios em Salvador, cidades como Cachoeira, Ilhéus e Porto Seguro estão incluídas no projeto estruturante da economia criativa. Música, pintura, teatro, gastronomia, artesanato, poesia e tantos saberes criativos que temos na Bahia fazem do nosso Estado o mais rico em possibilidades para desenvolver sua economia com base na criatividade e ainda fazer um turismo que desenvolva o local, promova a criatividade de todos, integre os territórios da cidade e que, sobretudo, gere relações e vínculos entre o visitante e as pessoas da terra.
01/11/2013 às 19:25
A hora do Recôncavo da Bahia
Depois de tempos esquecido e com a economia enfraquecida, o Recôncavo da Bahia surge como uma das esperanças do turismo baiano, baseado na força de sua economia criativa, que não para de inovar. Quem diria !!! Tantos recursos direcionados para a Costa dos Coqueiros e a do Descobrimento e o velho recôncavo aparece, como a bola da vez do turismo cultural. Se não é a bola da vez, devia ser. Nesse caso o recôncavo tem por sede criativa o município de Cachoeira, tendo sua vizinha São Félix, como companheira nesse caminhar. A economia criativa é o recorte da economia geral que se baseia em segmentos como a arquitetura, o cinema, a música, o design, as artes plásticas e populares, o artesanato, a moda e outros segmentos que possuem a criatividade humana como insumo mais importante para o seu desenvolvimento. No caso do recôncavo, percebe-se que a economia criativa está baseada no cinema, música, artes plásticas e literatura, sem esquecer o artesanato, a moda, etc, etc. Quando uma localidade, cidade ou parte dela, se apresenta com tantos predicados para o desenvolvimento da economia criativa, costumamos chamar de território criativo ou cidade criativa. Instituições como o Sebrae, o Instituto Votorantim e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia já percebem Cachoeira e São Félix como um território criativo e sabem que ali dá samba, e é samba de roda. Nesse tabuleiro da economia criativa de Cachoeira, a UFRB tem papel fundamental. Chegou encontrando resistências, algumas delas ainda presentes na sociedade local, mas sem dúvida ajudou muito o descortinar desse ambiente supercriativo. A UFRB serve como um catalisador, ajudando a desenvolver um ambiente propício ao desenvolvimento desses segmentos, sobretudo o cinema, tema de curso universitário naquela instituição. Outra coisa que chama a atenção é a quantidade de eventos de alto nível técnico que ali acontecem. Para começar, a Festa de Nossa Senhora da Boa Morte. Ela acontece em agosto de cada ano e faz parte da história da cidade e da Bahia. É um ícone do estado, tanto cultural como turístico. Está enraizada no imaginário coletivo do povo de Cachoeira e São Félix e faz parte do cotidiano nas falas das mulheres e homens da cidade. Outro bom exemplo de evento é o Cachoeira Doc, festival de cinema documentário que acontece neste mês de setembro, com apresentação de curtas baianos e vindos de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Ceará e outros estados do Brasil, além da França, Camarões, Estados Unidos e outros países. Já a Flica dispensa comentários. É o festival literário de Cachoeira, ocorre em outubro e movimenta a intelectualidade e a economia da cidade. Está colocado entre os mais conhecidos festivais literários do Brasil. Por fim, a Quarta dos Tambores, reunião percussiva que ocorre na primeira quarta feira de cada mês em plena praça pública. Esses e outros eventos estão se tornando uma marca desse Território Criativo. E o melhor é que o Recôncavo fica pertinho de Salvador apesar do engarrafamento descabido para sair da capital pela BR 324. E você, caro leitor, já se agendou?
20/09/2013 às 09:51
Observação de Baleias – uma singularidade baiana
Entre os meses de julho e novembro de cada ano, as baleias jubarte se aproximam da Bahia para reprodução e amamentação de seus filhotes. Elas procuram nossas águas quentinhas para cuidar dos bebês e oferecem um espetáculo impactante para moradores e turistas em nossa terra. O destino mais procurado por elas é o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, onde ficam aquecidas e protegidas. Outro local bastante procurado pelas jubarte, mesmo ficando fora do Parque de Abrolhos, é uma enorme coroa natural, localizada na costa do município de Nova Viçosa. Mas para chegar lá elas passam praticamente por toda a costa baiana e ai podem se transformar em um singular e extraordinário atrativo turístico. O Parque Nacional Marinho de Abrolhos é uma visita inesquecível, tanto no verão, para mergulhos com tartarugas e muitos peixes, quanto na temporada das baleias, para observação dos enormes mamíferos. Para ir a Abrolhos, acredito que o melhor caminho seja via aeroporto de Porto Seguro e daí seguir de automóvel até o município de Caravelas, no extremo sul da Bahia, de onde saem embarcações turísticas para o arquipélago. Essa região, turisticamente chamada de Costa das Baleias, abriga ainda Mucuri, Nova Viçosa, Alcobaça e Prado. O litoral é muito bonito, com falésias coloridas e lugarejos pra lá de charmosos, como Cumuruxatiba e Corumbau. Para quem não sabe, o primeiro ponto onde os portugueses da esquadra de Cabral pisaram em solo brasileiro foi na foz do rio Cahy, atualmente município do Prado, de onde se avista lindamente o Monte Pascoal e se pode tomar um banho de rio inesquecível. Ah, sim, no Prado a gastronomia é fantástica. Não deixe de provar o Budião ao molho de Pitanga. Voltando às simpáticas baleias jubarte, que já estiveram em risco de extinção e hoje se multiplicam livremente no mar da Bahia, trata-se de um dos grandes diferenciais turísticos do nosso estado. O balé proporcionado pelas jubarte na costa baiana precisa ser visto por nove em cada dez baianos e nesse período, considerado de baixa estação para o turismo de sol e praia, pode ser o produto turístico singular que tanto procuramos. Além da Costa das Baleias, baianos e turistas podem procurar a Praia do Forte, sede do Instituto Baleia Jubarte, para saídas de barco para avistamento das jubarte. Na Praia do Forte, pertinho de Aracaju e de Salvador, o visitante terá à sua disposição hotéis e pousadas para todo bolso e muitos e bons restaurantes para todo gosto. Dica: em agosto, empresas associadas à Turisforte (www.praiadoforte.org.br) estão com preços promocionais com descontos que variam em torno de 25%. Seja na Costa das Baleias ou na Praia do Forte, o Instituto Baleia Jubarte pode orientar sobre empresas que fazem o passeio com segurança e profissionalismo. A Bahia já promove turisticamente esse momento mágico da natureza, mas acredito que agências, hotéis e governos poderiam aproveitar ainda mais essa singularidade do nosso litoral para atrair um público qualificado e interessado em natureza e sustentabilidade. E você, já viu as nossas jubarte este ano?
03/08/2013 às 09:43
A Praia do Forte como destino turístico
Dentre os destinos turísticos baianos de maior sucesso está a Praia do Forte, no município de Mata de São João, distante 55 quilômetros de Salvador. Esse prolongado sucesso se deve a vários fatores que vêm se modificando com o tempo, como não podia deixar de ser, mas que se renovam de forma produtiva e que sobre eles desejo aqui fazer uma breve análise. Primeiramente a Praia do Forte foi desejada por ser um lugarejo típico de praia, com casas de pescadores e vidinha simples, adequada para atender aos anseios de natureza de um público que se tornou fiel ao destino por décadas. Nesse início da existência turística da Praia do Forte havia a presença do empresário Klaus Peter, que dava as cartas na região e fazia com que o desenvolvimento não fugisse ao seu controle. Isso era positivo naquela época visto que a prefeitura municipal era ausente das questões turísticas da Praia do Forte. Assim foi se formando o sitio turística e até hoje se sente na Praia do Forte os efeitos dessa influencia do “alemão”. Esse carisma que a Praia do Forte foi construindo e que agradava sobremaneira a algumas tribos, como os surfistas e o pessoal mais ligado à natureza em geral, ficou super valorizado com a chegada do Centro de Visitantes do Projeto TAMAR, no início da década de 1980. Naquele momento a Praia do Forte se consolidava como um destino de natureza e preservação, aliando, ou tentando aliar, o seu desenvolvimento como destino turístico com a proteção da natureza. Essa presença de natureza bela e inexplorada era o grande chamariz da Praia do Forte naquela época. Um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento de um destino turístico é a proximidade com os polos emissores, seja proximidade física, seja através de malha aérea. Nesse aspecto, a Praia do Forte não tem do que reclamar, pois está muito próxima de Salvador e com acesso privilegiado para quem vem de Aracaju, além de ter o Aeroporto de Salvador como vizinho. Para receber os visitantes, a Praia do Forte se estruturou com dezenas de hotéis e pousadas para todos os bolsos e bares e restaurantes para diversos gostos, colocando-se como um dos destinos mais bem equipados da Bahia. Seus negócios são baseados na micro e pequena empresa, que fazem girar e multiplicar a economia do turismo muito mais do que as grandes empresas do setor. Essa economia ainda está baseada nos produtos de natureza, sobretudo no segmento de sol e praia, mas oferecendo também observação de baleias e tartarugas marinhas, visitas à Sapiranga e ao Castelo Garcia D’Ávila e muito mais natureza e aventura do que o visitante imagina. Atualmente, o destino tem sido referência em gastronomia e hospedagens de charme, aliando aventura e natureza aos prazeres da carne e de Baco. Sempre com novidades, a Praia do Forte tem se posicionado como um destino que se repensa, com a força do empresariado associado à Turisforte, com eventos como o Running D’Aventura e o Festival Gastronômico, com a campanha recém lançada Curta Praia do Forte, que oferece descontos no mês de agosto e mais e mais. Cheia de imperfeições, visto que é real, a Praia do Forte mostra que empresariado unido pode inovar e repensar um destino sempre mais e melhor.
12/07/2013 às 19:55
Cama, Café e Bahia
O Cama e Café como meio de hospedagem é definido pelo Ministério do Turismo no Brasil, na matriz de classificação hoteleira, como uma hospedagem em residência familiar com, no máximo, três unidades habitacionais para uso turístico, com serviços de café da manhã e limpeza. Essa modalidade de hospedagem surgiu no Reino Unido, na primeira metade do século XX e ganhou o mundo. No Rio de janeiro já existe desde o início do século XXI, como atividade semi-profissional, ajudando a compor o orçamento doméstico de famílias, sobretudo no bairro de Santa Teresa. A partir de 2010 a atividade foi regulamentada pelo Ministério do Turismo para a prática em âmbito nacional. O pioneirismo nesse tipo de hospedagem é do Rio de janeiro, que continua como o benchmarking para todo o Brasil, ou seja, o Rio de Janeiro é o centro de inspiração, aprendizagem e comparação para esse tipo de hospedagem no Brasil. Lá eles possuem associações de empresários de Cama e Café que reúnem empreendimentos localizados em Santa Teresa, Leblon, Urca, Copacabana e outros bairros charmosos da capital do Flamengo, mas também em antigas favelas e bairros populares. Eles dão verdadeiras aulas de como trabalhar em conjunto, criando centrais de reservas e divulgando seus quartos em sites atraentes e bem feitos. Aqui na Bahia o Governo do Estado, através da Setur, criou um projeto que está sendo executado pelo Sebrae, contratado para esse fim, voltado para identificação, qualificação e classificação desses meios de hospedagem. O projeto oferece aos interessados visitas de técnicos que vão certificar se as moradias se enquadram nos requisitos básicos para serem chamados de Cama e Café. Quem obtiver resposta positiva será qualificado através de consultoria, cursos e oficinas. Ao todo, serão capacitados mais de 100 meios de hospedagem em todo o Estado, sendo 40 só na capital baiana, onde o projeto Cama e Café vai contemplar empreendimentos nos bairros do Santo Antônio Além do Carmo, Candeal, Liberdade, Bonfim, Ribeira, Rio Vermelho e Comércio, considerados os Territórios Criativos de Salvador, pelo seu potencial cultural, turístico e pela pujança da economia criativa. Os estabelecimentos das cidades de Amargosa, Santo Antônio de Jesus, Cachoeira e Cruz das Almas também receberão os benefícios desse projeto, que ainda envolve o SENAC e o Banco do Nordeste como parceiros institucionais que atuarão com capacitação e linhas de crédito. Sinceramente, todo esforço pela qualificação dos meios de hospedagem na Bahia é bem vindo. A estrutura dos hotéis e pousadas, sobretudo no interior do estado, merece atenção especial de todos que trabalham e fomentam o turismo por aqui. Assim, esse projeto merece minhas palmas. Por outro lado, não entendo a inclusão Amargosa e Cruz das Almas nessa lista. Se for por causa do São João, aí concordo menos ainda. A hospedagem em Cama e Café é um modelo mundial de hospedagem, onde o visitante se integra com a família que reside na casa. Ai está a riqueza desse formato de hospedagem. Ele é muito procurado por estrangeiros, estudantes e intelectuais que buscam conhecer a forma de viver daquela comunidade e conviver alguns dias com uma família ajuda muito nesse sentido. Assim, onde existe turismo cultural existe solo fértil para o Cama e Café. Em Salvador e Cachoeira o público turístico é totalmente ajustado a esse perfil, mas em outros municípios realmente tenho dúvida se o esforço não será em vão. De qualquer forma, com acertos e erros, o projeto coloca a Bahia no circuito nacional de Cama e Café, qualifica e classifica meios de hospedagem domiciliar e aponta para a criação de novos negócios no turismo da Bahia. Vamos esperar que nossos Cama e café encantem os visitantes e tragam-nos de volta sempre e mais.
19/06/2013 às 21:11
Ilhéus como destino turístico.
Depois de muitos anos trabalhando com turismo tenho ficado cada vez mais intrigado como os problemas apontados pelo empresariado permanecem sendo os mesmos há muito tempo, desde os meus tempos de professor da Factur até hoje. Nesses últimos dias, passando uma semana em Ilhéus, lembrei-me de muitas dessas queixas antigas e permanentes e, como cliente de hotéis, companhias aéreas, restaurantes e taxis, tenho analisado aspectos dos estabelecimentos que ajudam a aumentar os problemas. Para começar, a queixa eterna é sobre a qualidade da mão de obra disponível para as empresas de turismo. Os empresários reclamam que os funcionários não possuem padrão de qualidade mínima e que vivem pulando de um emprego para outro, e assim não vale a pena direcionar recursos para qualificação. De outro lado, as instituições de fomento reclamam que os próprios empresários não liberam os empregados para os cursos oferecidos, e eles mesmos, os donos dos negócios, não se preocupam em se qualificar para gerir melhor seus empreendimentos. É só tornar-se cliente para perceber que isso é a mais pura e dolorosa verdade. O resultado são serviços cada vez mais inaceitavelmente ruins, depois de anos e anos de reclamações e qualificações com recursos públicos e privados nesses setores. Esta semana eu fiquei cinco horas no aeroporto de Salvador aguardando um voo da Trip para Ilhéus, que atrasou quatro horas. Na semana passada fiquei uma hora e meia, dentro de uma aeronave da mesma companhia, aguardando autorização da torre para fechar a porta e decolar em direção a Maceió. O piloto disse que não tinha palavras para pedir desculpas e que o atraso foi por uma falha da empresa. E a empresa não é formada por gente? Outra queixa antiga é quanto à baixa estação, quase fatal para alguns empreendimentos turísticos, que se vêm completamente vazios em longos meses a cada ano. Esse é considerado o pai de todos os problemas. Realmente, destinos que possuem o sol e a praia como motivação principal sofrem muito com os períodos de baixa estação, sobretudo no inverno, que chove muito aqui na Bahia, apesar de não fazer frio. Mesmo sendo um problema antigo e poderoso, a baixa estação pode ser trabalhada com outros produtos e para outros públicos, pelo menos para acalmar a sua fúria, mas confesso que não vejo movimento consistente de busca, análise e escolha de alternativas. Uma cidade como Ilhéus, com a fama e a estrutura de meios de hospedagem que já possui, poderia ser mais atrativa para pequenas férias e feriados dos próprios baianos, mas possui muito poucas opções de lazer fora da praia e serviços de qualidade muito simples, que durante a alta estação são disfarçados pelo rei sol, mas na época das vacas magras sobressaem aos olhos. Esse não é um problema somente de Ilhéus, mas ocorre também em outros destinos, que se vêm lotados na alta estação e reclamam o resto do ano da falta de movimento. Mas como estou na terra de Gabriela, as questões daqui se apresentam em minha mente. Alguém pode me dizer o que Ilhéus oferece durante o resto do ano para atrair visitantes? Sua gastronomia nem se compara com localidades como Valença, Itacaré, Morro de São Paulo, Praia do Forte, Porto Seguro, Prado, Paulo Afonso e outras cidades até menos famosas. Alternativas culturais devem existir, mas não são suficientemente divulgadas. As fazendas de cacau que recebem para visitação também estão desconectadas dos hotéis e pousadas, restaurantes e taxis. Há uns dois anos eu fiz um passeio maravilhoso em uma fazenda de cacau, além da própria Ceplac, que promove visitas guiadas de boa qualidade, mas isso precisa ser comercial, senão o visitante nem fica sabendo. Por aqui os taxis são velhos, o aeroporto é quase uma estação de ônibus, os restaurantes são lentos e os banheiros, sujos. Ai é russo conseguir clientes quando o sol não ajuda. É melhor viver de romance mesmo.
27/05/2013 às 20:43
As joias da cidade
Um dia desses fui entrevistado por um casal de professores espanhóis que estava aqui fazendo uma pesquisa encomendada pela Janela do Mundo, leia-se Carlinhos Brown. Eles estavam interessados em saber o que existe de especial em Salvador e o que faz um cidadão de qualquer parte do mundo se dirigir à nossa capital para fazer turismo. Aqui pra nós, em certo momento da entrevista, percebi que ele, o professor, estava estarrecido com o estado de conservação de nossa cidade. Percepções à parte, respondi que o turista vem a Salvador fazer três coisas com mais intensidade e que nossa cidade teria muito mais a oferecer, se fosse bem trabalhada. Primeiro o turista vem aqui fazer negócios. Não podemos esquecer que Salvador é a terceira capital do Brasil e que concentra um enorme movimento de negócios de todos os setores da economia, não somente da própria cidade, mas de toda a Bahia e, às vezes, até do Nordeste brasileiro. Muitos desses visitantes chegam do interior do estado para tratar de assuntos comerciais e financeiros que a capital do estado possibilita. Outros vêm de longe vender seus produtos e serviços e comprar nossas commodities. Aliados aos negócios vêm os eventos setoriais, que ajudam a inflar o fluxo de turistas. Outra joia da cidade é a orla oceânica e a Baia de Todos os Santos. Por mais mal cuidadas que sejam nossas praias, não podemos esquecer que o verão é a nossa alta estação e as pessoas vêm a Salvador por causa das praias e do ambiente litorâneo. Inquestionavelmente o turismo de Sol e Praia é muito forte em todo o Nordeste e Salvador faz parte desse cenário veronil. Como terceiro e mais complexo elemento de minha resposta, os aspectos culturais da cidade, com destaque para a arquitetura histórica, a música, as festas populares e o jeito baiano de ser. Eu explico: o pelourinho exerce um fascínio sobre os visitantes. Eles adoram a paisagem, as imagens, as igrejas e tudo mais. Sujo e maltrapilho, o Pelô ainda traz turistas para Salvador. Outro aspecto cultural que merece destaque é a música aqui produzida, desde Caetano Veloso e Gilberto Gil, para os mais antigos, mas, sobretudo, Ivete Sangalo e Carlinhos Brow, para os mais jovens. Esses dois arrebentam no cenário musical e o turista vem com a ideia de terra da musica e da dança. Junto com a música, as festas populares de Salvador são outras joias da coroa, sobretudo o carnaval, a festa do Bonfim e a de Yemanjá. Joias que precisam de polimento, mas são joias. E por fim falei do jeito de ser, meio europeu, meio africano. Eles, os espanhóis, me perguntaram como isso se dava no dia a dia da cidade. Eu olhei em volta e mostrei, on line, como as mulheres estavam vestidas naquele momento, com roupas de pano amarrado no pescoço, sandálias de couro, com seus grandes e coloridos colares, como elas falavam e gesticulavam. Os homens aqui usam colares de contas por baixo da camisa, fitinhas do bonfim, roupas brancas nas sextas feiras e por ai vai. Nós somos diferentes de todos os brasileiros, disse eu, e isso se percebe nas ruas, nos bares, nas igrejas, nas crenças, nos gestos, na forma de se relacionar etc. Esse ambiente de sincretismo às vezes passa despercebido pelo próprio baiano, mas está em tudo e faz parte do dia a dia da cidade, da música aos hábitos, da roupa às gírias. Se eu fosse pensar em outros elementos que atraem visitantes para Salvador, eu diria que a culinária também compõe a atração e a proximidade com outras regiões, sobretudo a Costa dos Coqueiros, ajuda muito. Sobre as joias esquecidas que dariam uma grande força no fluxo turístico estão os parques naturais e as praças. Eu não entendo o Parque da Cidade e o de Pituaçu do jeito que são tratados pelos governos. Realmente não entendo. E nossas praças, como poderiam ser mais bem aproveitadas como espaço de lazer, entretenimento e encontro de gerações, moradores e turistas, mas do jeito que estão e melhor ficar longe. E se a pergunta dos espanhóis fosse direcionada para você leitor, qual seria a sua resposta?
05/05/2013 às 10:30
A Bahia turística se encontra no Salão
Estive essa semana visitando o Salão Baiano de Turismo, evento organizado pela Secretaria de Turismo do Estado da Bahia, no Centro de Convenções. Este ano, além do próprio Salão, aconteceu a BNTM, uma das maiores feiras comerciais do turismo brasileiro. O Salão Baiano de Turismo é um grande momento de encontro entre profissionais das zonas turísticas da Bahia. Ele é formado pela área dos stands, pelo Núcleo do Conhecimento e pelas rodadas de negócios. Nele estão representadas as prefeituras dos municípios turísticos, diversas empresas e algumas associações aderentes ao turismo dos quatro cantos do estado, tornando-se ponto de encontro de prefeitos e secretários de turismo, empresários e consultores do setor, que vêm interagir livremente, discutir o turismo das regiões da Bahia, fazer negócios e rever amigos. A Bahia turística se encontra no Salão. Como eu acredito que as críticas construtivas sempre devem ser feitas, não posso deixar de falar que achei o Salão do ano passado mais bonito e inovador do ponto de vista da arquitetura de entretenimento. Entendo ainda que os participantes mereçam restaurantes mais bem estruturados e que os banheiros do Centro de Convenções são sofríveis. No mais é só elogio. Os empresários filiados à Abeta eram um só sorriso. O stand da Associação com a parede de escalada foi o mais procurado, sobretudo pelos jovens e afeitos à adrenalina das alturas. Nas rodadas de negócios, mais uma vez o segmento de turismo de aventura, representado por empresas como a D’Aventura e a Venturas e Aventuras, fez ótimos acordos e contatos comerciais. Por falar em turismo de aventura, as empresas da Bahia são muito bem qualificadas e certificadas quanto à aventura segura. Dica: para isso, o visitante deve procurar empresas filiadas à Abeta. Outra parte muito procurada foi o Núcleo do Conhecimento. Palestras sobre Cama & Café, Produção Associada ao Turismo e sobre a Ponte Salvador-Itaparica foram freqüentadas por profissionais do ramo e pessoas interessadas nos temas. Por fim, a BNTM, principal feira de turismo do Nordeste, aconteceu com a presença de todos os estados da região e diversos fornecedores e compradores nacionais e internacionais, expondo e negociando nas rodadas. Fora o calor do Centro de Convenções, que é pra matar até sertanejo velho, a BNTM aconteceu como de costume. Muitos negócios firmados e, sobretudo, muitos contatos para negócios futuros. O conceito do Salão Baiano de Turismo é perfeito. Pode e deve passar por ajustes, ano a ano, mas, sendo justo, a Setur criou um evento sensacional para o turismo da Bahia. E tem mais: a maquete da Bahia é linda!
19/04/2013 às 21:45
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