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Paula Lavigne acusa PCdoB, de Jandira Feghali, de querer retirar Margareth Menezes da Cultura

Paula Lavigne acusa PCdoB, de Jandira Feghali, de querer retirar Margareth Menezes da Cultura

Deputada diz ter relação de parceria e apoio com ministra e não perder tempo com 'intrigas menores'

Por Mônica Bergamo/Karina Matias/Folhapress

12/12/2025 às 17:15

Atualizado em 12/12/2025 às 20:42

Foto: Divulgação

Imagem de Paula Lavigne acusa PCdoB, de Jandira Feghali, de querer retirar Margareth Menezes da Cultura

A produtora e empresária Paula Lavigne diz, em áudio que circula em grupos de WhatsApp, ter se revoltado ao ver o vídeo do ator Wagner Moura cobrando maior empenho do governo Lula na articulação do projeto de lei de regulamentação do streaming.

Paula também diz se arrepender de ter atuado politicamente junto aos senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pelo ingresso de Paulo Alcoforado como diretor na Ancine. Teria sido Paulo o responsável por orientar Wagner a fazer o vídeo.

Ainda no áudio, a mulher de Caetano Veloso afirma que Paulo, o ex-presidente da Ancine Manoel Rangel e a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) estão conspirando para derrubar a ministra da Cultura, Margareth Menezes.

"Muito arrependida de ter ajudado a colocar esse senhor Paulo Alcoforado, que junto com Jandira e Manoel Rangel conspiram contra a Maga, porque querem... a Jandira queria ser ministra. A verdade é essa".

"Está no áudio aqui gravado, estou falando isso porque depois de muito tempo vendo tudo o que está acontecendo e tudo como eles fazem, trabalhando contra, sabotando o MinC, hoje eu posso garantir isso".

Procurada, Jandira diz que a sua relação com a ministra é de "parceria e apoio, e ela sabe disso". "Após 40 anos de vida pública, lutando pela cultura brasileira, não perco tempo com intrigas menores, cujos interesses desconheço", acrescenta.

Ela diz também ser vice-líder do governo Lula e "temos aliança desde 1989 por acreditar que sob seu comando o Brasil avança".

A deputada acrescenta ainda que trabalhou, por mais de um ano, "na construção de um projeto de lei que atendesse às demandas do audiovisual na regulação do VOD no Brasil". E destaca que o setor audiovisual divulgou um manifesto com mais de 100 assinaturas pedindo pela manutenção dela na relatoria da proposta. Jandira, porém, foi retirada da função em setembro deste ano. O projeto aprovado na Câmara tem texto do relator Doutor Luizinho (PP-RJ).

Procurados, Alcoforado e Rangel não se manifestaram. Paula também não retornou as tentativas de contato.

As críticas de Wagner Moura à atuação do MinC no PL do streaming irritaram o governo.

Ainda no áudio, Paula defende a gestão Lula e afirma ser testemunha de como a pasta conduzida por Menezes tem trabalhado pelo setor audiovisual. "Não sou do governo, não sou do PT, não sou filiada a partido nenhum. Sou progressista, mas não sou injusta. Sou presidente de uma associação na qual tenho muito orgulho, porque represento muitos artistas importantes, e estou junto com o MinC vendo todo o sacrifício que eles vêm fazendo e o empenho do governo para as nossas causas da indústria criativa".

"Estou muito, muito arrependida, porque a pessoa [Paulo] pegar o telefone para ligar para o Wagner Moura, para orientar ele para falar contra o governo e o MinC. Eu não consigo entender, num momento em que está todo mundo revoltado com esse Congresso. Quem faz a lei é o Congresso. Hoje é dia 10 de dezembro, quarta-feira. Todo mundo dormindo de madrugada, o Congresso vai lá e passa uma anistia light, um verdadeiro golpe", prossegue ela.

"E aí a gente acorda com um vídeo do nosso maravilhoso Wagner Moura cobrando o MinC e o governo, como se o MinC e o governo não fizessem nada", complementa.

Na sequência, Paula ainda diz: "Fico pensando que às vezes a gente realmente merece aquele secretário de Cultura que a gente tinha, coisas desse nível, porque a gente não consegue se unir e ver as coisas como estão acontecendo dentro do Congresso. Dá uma tristeza".

Após o vídeo das críticas de Moura começarem a circular, o senador Randolfe Rodrigues mandou um áudio para a Paula pedindo que ela encaminhasse ao ator de "O Agente Secreto". "É importante esclarecer à classe artística que, em 2022, nós ganhamos a eleição para a presidência da República e perdemos para o Congresso. Nós temos um Congresso desfavorável", diz ele na mensagem.

"Desculpa a revolta, mas eu não sei que mundo o pessoal está. Tem lobbies aqui. A gente conseguiu o melhor possível do texto. Infelizmente, nem tudo é exatamente do jeito que queremos, porque é esse o Congresso que temos, com enormes limitações", prossegue.

No mesmo áudio, Randolfe também reclamou com Paula do apoio dado por ela para o ingresso de Alcoforado na Ancine. "Pelo que me lembro, você teve aqui comigo para bancar esse moço para a Ancine. Tu pediste por esse rapaz. Esse rapaz fica pedindo vídeo de artista contra a tua própria construção. Juro que não entendi nada, gostaria de entender mais".

Em vídeo, Moura disse que as propostas atuais de regulação do streaming "são muito ruins, não só para o setor audiovisual brasileiro da cultura —um setor que gera emprego, gera renda, um setor econômico importante—, como, de um modo geral, ruim para o Brasil, para a autoestima, para a autonomia do país".

Ele também pediu que o "Ministério da Cultura [MinC] do Brasil entre nesse jogo" e que "o presidente Lula fique atento a isso".

Após o governo Lula demonstrar irritação com o assunto, entidades que representam cineastas, roteiristas e profissionais do audiovisual lançaram uma carta em apoio ao ator. O texto é assinado por nomes como Lais Bodansky, Tata Amaral, Kleber Mendonça Filho, Gabriel Mascaro e Fernando Morais.

No documento, eles afirmam que os órgãos responsáveis conduziram mal politicamente a iniciativa e disseram que não se pode comemorar a "lógica do menor dano possível como se fosse uma vitória".

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