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Insistência de Carlos Bolsonaro em SC é vista no centrão como brecha para um recuo de Flávio

Insistência de Carlos Bolsonaro em SC é vista no centrão como brecha para um recuo de Flávio

PL trata ida para estado para corrida ao Senado como irreversível e diz que RJ já tem candidatos

Por Raphael Di Cunto/Thaísa Oliveira/Folhapress

21/12/2025 às 14:40

Foto: Reprodução/Instagram

Imagem de Insistência de Carlos Bolsonaro em SC é vista no centrão como brecha para um recuo de Flávio

Carlos Bolsonaro com a deputada federal Caroline De Toni (PL) e o governador de SC, Jorginho Mello (PL)

A manutenção da candidatura de Carlos Bolsonaro (PL) ao Senado por Santa Catarina, mesmo com o espaço aberto no Rio de Janeiro pela decisão do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) de concorrer à Presidência, foi interpretada pelo centrão como um sinal de que o irmão ainda pode recuar da eleição nacional —cenário, no entanto, descartado pela família.

Flávio era apontado como favorito para a reeleição ao Senado, o que fez com que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) traçasse o plano de mudar Carlos para Santa Catarina com o objetivo de ampliar a presença da família na Casa –que ele pretende ocupar com mais aliados para pressionar o STF (Supremo Tribunal Federal) contra sua condenação na trama golpista.

Flávio anunciou no dia 5 ter sido escolhido pelo pai como candidato ao Planalto, com "a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação".

Mesmo com o espaço aberto no Rio e uma briga na direita em Santa Catarina, Carlos renunciou ao mandato de vereador na capital fluminense seis dias depois do anúncio do irmão mais velho e mudou seu título eleitoral para São José, na região metropolitana de Florianópolis.

Aliados dele dizem que a candidatura é irreversível e que, por isso, não fazia sentido adiar mais a mudança. Ele resolveu morar em São José, onde há anos frequenta um clube de tiro e mantém um grupo de amigos. Além disso, tem rodado o estado, em reuniões e eventos com potenciais eleitores e líderes políticos.

Ao renunciar ao mandato no Rio, Carlos afirmou que ama o estado, mas parte "com a serenidade de quem sabe que está atendendo a uma missão maior".

"Vou para Santa Catarina para cumprir um chamado que não poderia realizar aqui, pois fiz uma escolha sempre guiada pelo meu coração. Não é uma fuga, é a continuidade de uma luta", afirmou na tribuna da Câmara Municipal.

Foi por Santa Catarina que outro filho de Bolsonaro, Jair Renan, acabou sendo eleito vereador, em Balneário Camboriú em 2024, mesmo recém-chegado de Brasília. O estado é um dos mais bolsonaristas do país, o que aliados apontam como favorável a uma candidatura majoritária. Em 2022, o ex-presidente teve 69,3% dos votos válidos no segundo turno, contra apenas 30,7% de Lula (PT).

O principal problema causado pela migração foi o racha na direita local. O governador Jorginho Mello (PL) apostava na reeleição do senador Esperidião Amin (PP) e na candidatura da deputada Caroline De Toni (PL), mas agora terá que ceder uma das vagas para Carlos por indicação de Bolsonaro. Em 2026, duas cadeiras estarão em disputa para o Senado.

Com isso, a deputada Caroline De Toni deve ser a preterida e cogita mudar de partido para se manter na disputa. Carlos, inclusive, tem defendido o apoio ao nome dela, mas a dobradinha incomodou o grupo que apoia a reeleição de Amin, e a federação entre PP e União Brasil ameaça romper com o governador se isso ocorrer. Até mesmo integrantes do PL passaram a criticar a mudança de Carlos.

Por causa desse cenário, políticos do centrão afirmam que o natural seria o filho mais velho de Bolsonaro rever os planos e concorrer ao Senado pelo Rio, na vaga do irmão. Não fazer isso, dizem, sinaliza que a candidatura de Flávio à Presidência pode ser retirada mais à frente, para apoiar alguém com mais chance de vencer Lula. O favorito do grupo é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Aliados de Carlos, porém, dizem que ele pretende mudar de vida. Foi o que argumentou também o senador Flávio, que em entrevista à CBN na sexta (12) disse que a decisão do irmão já estava tomada. "Carlos tem esse sonho de Santa Catarina, ele ama aquele estado, ele vive lá há vários e vários anos, ele é apaixonado por Santa Catarina, ele já faria esse movimento independente de qual fosse a minha decisão", disse.

Bolsonaristas também afirmam que o cenário para o Senado no Rio está mais congestionado, com a possível candidatura do governador Cláudio Castro (PL) e a tentativa do líder do partido no Senado, Carlos Portinho, de concorrer à reeleição, além de outras lideranças locais interessadas na vaga, como o líder da bancada na Câmara, Sóstenes Cavalcante, e os deputados Altineu Cortes, Hélio Lopes e Carlos Jordy.

Procurados, Carlos e Flávio não retornaram o contato da reportagem.

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