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Crise na Venezuela trava consenso no Mercosul e opõe Argentina e Brasil

Crise na Venezuela trava consenso no Mercosul e opõe Argentina e Brasil

Menção a violações de direitos humanos no país de Maduro gera divergência no bloco

Por Nathalia Garcia/Ricardo Della Coletta/Folhapress

20/12/2025 às 07:40

Foto: Letícia Clemente/Divulgação Itamaraty

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Chanceleres de Argentina, Paraguai, Brasil, Uruguai e Bolívia

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) travou uma tentativa de Argentina e Paraguai de inclusão de críticas a violações de direitos humanos cometidas na Venezuela, num embate que impediu nesta sexta-feira (19) a conclusão do documento oficial do encontro do Mercosul em Foz do Iguaçu.

De acordo com interlocutores com conhecimento das discussões, sob condição de anonimato, as delegações dos governos de Javier Milei e de Santiago Peña quiseram inserir na declaração de líderes negociada pelo bloco sul-americano uma referência às violações de direitos humanos e à falta de democracia no país do ditador Nicolás Maduro.

Ambos os países são aliados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e têm apoiado a estratégia americana de aplicar pressão máxima contra o regime Maduro. Lula e a diplomacia brasileira, por outro lado, são críticos das ameaças bélicas de Trump contra a Venezuela e da mobilização militar dos EUA no Caribe.

O presidente brasileiro chegou a conversar por telefone com o republicano em um momento em que Washington vem fazendo uma mobilização militar sem precedentes na costa venezuelana sob o pretexto de enfrentamento a cartéis que enviam drogas aos EUA.

Quanto à divergência no texto do Mercosul, o Brasil entende que o tipo de linguagem defendida por Argentina e Paraguai não contribui para solucionar a crise na região e defende que é preciso ser cuidadoso para não legitimar uma possível intervenção estrangeira na Venezuela.

Interlocutores dizem ainda que a linguagem proposta por argentinos e paraguaios não deixa explícita a oposição do Mercosul às ameaças de intervenção dos EUA na América do Sul. Há a avaliação, no governo Lula, de que é preciso adotar um discurso que associe a América do Sul a uma região de paz.

Nesta sexta, Trump afirmou em entrevista à emissora NBC News que não descarta a possibilidade de uma guerra contra a Venezuela e que seu governo pode fazer novas apreensões de petroleiros próximos às águas do país latino-americano.

Os venezuelanos solicitaram a convocação de uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a "agressão persistente" dos EUA contra o país.

Numa tentativa de se posicionar como um possível mediador da crise entre Venezuela e EUA, Lula voltou a conversar com Maduro —de quem havia se afastado desde as contestadas eleições venezuelanas de 2024. Para um auxiliar do presidente, a reconstrução de laços de confiança é importante caso o Brasil seja acionado a desempenhar algum papel de mediação na crise entre o regime de Maduro e de Trump.

Chanceleres de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e membros associados participaram nesta sexta da reunião do Conselho do Mercado Comum, que antecede a cúpula de chefes de Estado, em Foz do Iguaçu.

Com a divergência sobre os termos relacionados à crise na região, o encontro terminou sem acordo, e a negociação para o comunicado final será feita diretamente pelos líderes neste sábado (20).

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