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Articulada por um Motta sob pressão, renúncia de Zambelli reduz choque interno e atrito com o STF
Articulada por um Motta sob pressão, renúncia de Zambelli reduz choque interno e atrito com o STF
Por Redação
15/12/2025 às 08:48
Atualizado em 15/12/2025 às 11:55
Foto: Vinicius Loures/Arquivo/Câmara Dos Deputados
Hugo Motta
Sob forte pressão após o embate entre a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a cassação de Carla Zambelli (PL-SP), o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), articulou uma saída política para reduzir a crise institucional. A renúncia da deputada, anunciada na quinta-feira, evitou o agravamento do conflito com o STF — que havia determinado a perda do mandato — e também conteve uma reação mais dura do bolsonarismo, que defendia a prevalência da decisão do plenário contra a cassação. A reportagem é do jornal O Globo.
A estratégia envolveu conversas com familiares, advogados e lideranças do PL, diante do entendimento de que a Câmara não teria alternativa senão cumprir a ordem do ministro Alexandre de Moraes, referendada pela Primeira Turma do STF. A renúncia permitiu a convocação imediata do suplente Adilson Barroso (PL-SP) e ajudou a esvaziar a ameaça de obstrução das votações pela oposição. Em carta, Zambelli afirmou que não renunciou por medo, mas por considerar que seu mandato foi interrompido apesar da Câmara ter reconhecido a ausência de provas para cassação.
Aliados e a defesa da ex-deputada apontam ainda que a decisão teve caráter jurídico, já que Zambelli está presa na Itália e enfrenta processo de extradição. Mesmo assim, especialistas avaliam que a renúncia não altera seus efeitos políticos: condenada a dez anos de prisão pelo STF por invasão aos sistemas do CNJ, ela segue com direitos políticos suspensos e inelegível por oito anos. Para o governo, o distensionamento com o Judiciário ajuda a destravar a pauta econômica no Congresso, considerada prioritária nesta reta decisiva do ano legislativo.
