Sobrinho de Bolsonaro é absolvido de acusação de tentativa de feminicídio

Orestes Bolsonaro, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi absolvido das acusações de tentativa de feminicídio e tentativa de homicídio contra a ex-mulher e o então namorado dela. Ele foi condenado por lesão corporal, com pena fixada em três meses de regime aberto.

O caso ocorreu em 2020, no Vale do Ribeira, e foi transferido para a capital paulista após o Ministério Público (MP) apontar influência política da família Bolsonaro na região.

Questionado, o advogado Sergei Cobra Arbex, que representa Orestes, afirmou que a justiça foi feita e que desde o início a defesa alegou que o caso se tratava de uma agressão e não de uma tentativa de feminicídio.

Orestes teria invadido a casa da ex-companheira durante a madrugada, usando uma chave antiga, e atacado o novo namorado dela com um pedaço de madeira, além de efetuar disparos dentro da residência.

Durante o julgamento, a Justiça entendeu que não houve intenção de matar o homem, desclassificando o crime de tentativa de homicídio para lesão corporal.

O MP sustenta que o ataque ocorreu de surpresa e impossibilitou qualquer defesa das vítimas. Depois da agressão, a mulher teria fugido com o filho no colo e buscado ajuda.

O caso chegou à capital após o Tribunal de Justiça acatar pedido de transferência de comarca feito pelo Ministério Público em 2024. O órgão alegou que a família Bolsonaro exerce forte influência política e econômica no Vale do Ribeira, o que poderia comprometer a imparcialidade de um júri popular na região.

Orestes já foi condenado em outro processo por agressão a uma ex-namorada, também em 2020, em Registro. A Justiça fixou pena de quatro meses, em regime aberto, e determinou pagamento de indenização por danos morais. O episódio envolveu puxões de cabelo, tapas e agressões que, segundo a sentença, resultaram em lesões incompatíveis com a versão apresentada pelo réu.