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O desprezo do governo às defecções, o papel de Wagner na eleição do TJ, o veto a Mário Jr. no PSB e o biscuit de D. Ivone
O desprezo do governo às defecções, o papel de Wagner na eleição do TJ, o veto a Mário Jr. no PSB e o biscuit de D. Ivone
Por Política Livre
26/11/2025 às 16:12
Atualizado em 27/11/2025 às 10:41
Desdém
No núcleo político do governo, as adesões ao candidato a governador ACM Neto (UB), representadas pelas saídas dos deputados Nelson Leal e Cafu, e ainda a potencial defecção de Raimundinho da JR, são tratadas com desdém. Ninguém acredita que os políticos terão força para impactar na campanha oposicionista nem muito menos atrair mais quadros para Neto, se levado em conta, principalmente, o perfil 'individualista' de cada um.
Regresso dos adesistas
O time de Neto, por sua vez, monitora de perto a insatisfação de prefeitos que migraram da oposição para a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e acredita em regressos. A aposta é que alguns retornem “por gravidade”, diante das queixas de promessas não cumpridas pelo governo nos acordos de adesão, especialmente na área de obras, tema já tratado pela coluna na semana passada.
ACM Neto
Compasso de espera
O assunto foi discutido na reunião entre ACM Neto e a bancada oposicionista na Assembleia, na segunda (24). A orientação é ter paciência e não criticar os adesistas, o que Neto chegou a fazer inicialmente. Avalia-se que o governador não tem braços para atender a todos, nem mesmo dentro de sua própria base, da qual são esperadas novas baixas pela oposição. A alguns prefeitos como os de Jequié que apoiaram Neto em 2022 Jerônimo prometeu centenas de milhões em obras e investimentos.
Descontente do oeste
Um dos descontentes seria o prefeito de Santa Maria da Vitória, Tonho de Zé de Agdônio, que trocou recentemente o União Brasil pelo MDB para aderir ao governo. Nada do prometido por Jerônimo e pelo secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), teria avançado no município. No grupo de ACM Neto, há quem aposte no retorno do gestor. Tonho ainda busca partido para a irmã, Bete de Zé de Agdônio, pré-candidata a deputada estadual.
Novo líder
Na reunião de segunda, ACM Neto defendeu que os aliados endureçam o discurso contra o governo, cada um dentro do próprio perfil. A fala, para muitos, sinalizou que o ex-prefeito quer um líder da oposição mais aguerrido em 2026, ano eleitoral. Entre os nomes mais citados nos bastidores estão Robinho (União), Alan Sanches (União), Samuel Júnior (Republicanos) e Sandro Régis (União). Sandro desponta como favorito e é o preferido de Neto para o momento.
Sandro Régis
Aquela força
Do ponto de vista político, o desembargador José Rotondano toma posse, no próximo ano, como um dos mais prestigiados presidentes da história do Tribunal de Justiça da Bahia, marcando uma grande diferença em relação à atual titular, Cyntia Resende, cuja falta de expressão neste campo é tão gritante quanto intrigante. Com trânsito na oposição e na situação, ele teria contado com uma mãozinha importante dada pelo senador Jaques Wagner (PT) na reta final da disputa à presidência do Poder.
Jaques Wagner
Na madrugada
Pelo que se comenta no Tribunal de Justiça baiano, por meio dos colaboradores Wellington Lima e Silva, ex-chefe do MP na Bahia, ex-ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff e atual diretor jurídico da Petrobras, e do advogado Pedro Scavuzzi, um dos líderes do núcleo jurídico informal do petismo baiano, Wagner teria conseguido virar pelo menos três votos a favor de 'Roto' na madrugada da eleição, garantindo-lhe a vitória em primeiro turno.
Prestígio
O prestígio do presidente eleito do TJ decorreria da relação de amizade que ele mantém com as ex-primeiras-dama do Estado Fátima Mendonça, a esfuziante e simpática mulher do senador, e Aline Peixoto, conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios e companheira do ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa. Apesar de mal se cumprimentarem, as duas fizeram questão de prestigiar o bombado aniversário de 'Roto', onde se sentaram, estrategicamente, uma de costas para a outra.
Concorrente de peso
A eleição da nova mesa diretora do Tribunal de Justiça baiano aprofundou divergências na Corte. Um dos artífices da campanha de Rotondano, o desembargador Maurício Kertezman viu surgir um obstáculo inesperado ao sonho de ser reconduzido ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e ocupar a presidência da Corte durante a sucessão estadual do próximo ano. Júlio Travessa, que apoiou o ex-candidato Jatahy Jr., já anunciou formalmente sua candidatura à vaga de desembargador do TRE.
Júlio Travessa
'Adesistas'
Outro que não terá vida fácil na Corte é Sérgio Cafezeiro, cujo plano de concorrer ao cargo de desembargador substituto do Tribunal Eleitoral já foi vetado pelo núcleo duro do grupo de Rotondano exatamente porque fez campanha aberta para Jatahy Jr. à presidência do TJ. O argumento dos 'rotistas' é de que pelo menos por hora ele não deve abrir espaço para 'adesistas', time em que inscrevem com gosto também José Aras, outro que apoiou, embora tentasse disfarçar, 'Jata'.
Esquecendo o biscuit
Piada pronta da eleição ao TJ, exatamente porque garantia a quem perto dela chegasse que iria para o segundo turno na Corte com 30 votos de saída, apesar da mais completa evidência em contrário, a desembargadora Ivone Bessa é a magistrada com mais cargos no Tribunal, os quais entraram na lista de degola. Os quatro colegas que D. Ivone levou junto para o buraco pedem que, 'pelamordedeus', ela desapareça da terra e esqueça do plano de tentar reconquistar 'Roto' com um 'biscuit' de Natal.
Ivone Bessa
Pitacos
Irritação do grau
* A audiência de Jerônimo Rodrigues com o ex-prefeito Thiancle Araújo (PSD), no domingo (23), deixou deputados da base irritados. Muitos aguardam há meses uma conversa individual com o governador, sem sucesso, enquanto Thiancle foi recebido com tapete vermelho, e no final de semana.
* Para piorar, Jerônimo ainda gravou um vídeo apoiando criação de uma Federação do Grau, movimento que defende a legalização das manobras de empinar motos. Para alguns, o gesto soou como surreal.
* O deputado federal Mário Negromonte Júnior (PP) esteve na noite de ontem (25), em Brasília, com o prefeito do Recife e comandante nacional do PSB, João Campos, aniversariante de hoje (26). O encontro ocorreu após reunião na qual lideranças baianas vetaram o ingresso de Negromonte na sigla.

* Como revelou o Política Livre, participaram da reunião da Executiva do PSB, além de João Campos, a presidente da legenda na Bahia, deputada federal Lídice da Mata, e outros representantes do quadro diretivo - Domingos Leonelli, Bebeto Galvão e Rodrigo Hita.
* O prefeito do Recife não respondeu à manifestação contra Mário Júnior e prometeu avaliar. Já a filiação do deputado estadual Vitor Bonfim (PV) foi aprovada. Ele disputará vaga de deputado federal pelo PSB, como já havia antecipado o site.
* O Política Livre também antecipou o projeto de expansão do PSB, que mira preencher o espaço antes ocupado pelo PP na base de Jerônimo. Mas Lídice da Mata resiste à filiação de Mário Júnior por cálculo eleitoral: as projeções internas apontam que o PSB deve eleger apenas dois federais.
* Pelo potencial, Mário seria o primeiro. Lídice, que perde muitos votos com a candidatura a federal do ex-aliado e ex-prefeito de Irecê Elmo Vaz (Avante), teria que disputar a segunda vaga com Vitor Bonfim, risco que prefere evitar.
Mário Negromonte Júnior
* O ex-prefeito de Salvador espera que o ex-ministro João Roma (PL) atue como um dos interlocutores junto à família Bolsonado em favor da candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
* Na reunião com os deputados estaduais da oposição, na segunda (24), ACM Neto sinalizou que, apesar da amizade pessoal com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), aposta mesmo é na candidatura de Tarcísio ao Planalto como forma de facilitar seu projeto eleitoral na Bahia.
- Não passou em branco a ausência dos deputados estaduais bolsonaristas Leandro de Jesus (PL) e Diego Castro (PL) na reunião de ACM Neto com a bancada oposicionista na Assembleia. Dizem que os dois deram mais um sinal de que são autônomos.
* O responsável por aproximar o banqueiro preso Guga Lima da situação e da oposição na Bahia não passou incólume aos olhos da operação que resultou na intervenção do Banco Master. Na PF, dizem que o bicho pode pegar até dezembro.
Guga Lima
