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Lula inaugura ampliação de porto que receberá navios como hospedagem de luxo na COP30
Lula inaugura ampliação de porto que receberá navios como hospedagem de luxo na COP30
Por Vinicius Sassine/Folhapress
01/11/2025 às 12:36
Foto: Ricardo Stuckert/Arquivo/PR
O presidente Lula
O presidente Lula (PT) inaugurou neste sábado (1°) a readequação e ampliação do porto de Outeiro, que vai funcionar como ponto de atracagem para os navios transatlânticos que servirão de hospedagem de luxo durante a COP30, a conferência do clima da ONU.
Outeiro é um distrito de Belém e fica a 30 km do centro da cidade. Os navios de cruzeiro foram um improviso diante da crise de hospedagem na cidade para a realização da conferência. O evento tem a primeira agenda oficial nos próximos dias 6 e 7, quando ocorrerá a cúpula dos chefes de Estado. A conferência será realizada entre os dias 10 e 21.
As obras no porto tiveram início em abril. A estrutura passará a ter capacidade para deslocamento de 80 mil toneladas de carga, o dobro da capacidade atual, segundo o governo federal. O píer foi ampliado de 261 metros para 716 metros.
O porto tem um entorno populoso, com casas próximas ao terminal, sem acesso a serviços básicos, como coleta de esgoto.
O porto foi improvisado como nova opção para a chegada de navios de cruzeiro —também um improviso, uma forma de tentar ampliar em 4.500 quartos a oferta de leitos na COP30— após recuo do governo Lula e do governo do Pará, de Helder Barbalho (MDB), em relação à ideia inicial.
Os navios aportariam no porto de Belém, uma área bem central, ao lado da Estação das Docas. Para que os transatlânticos alcançassem o porto, seria necessária uma obra de dragagem na baía do Guajará orçada em R$ 210,3 milhões, com remoção de 6,14 milhões de metros cúbicos de material dragado. Os sedimentos seriam depositados na baía de Marajó.
Um parecer técnico, elaborado pela Semas (Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade) do Pará, apontou que a dragagem teria impactos previstos para o fundo de corpos hídricos, a composição de sedimentos, o comportamento de mamíferos aquáticos e para a própria qualidade da água na baía.
A autorização para as obras no porto de Belém, com extensão ao terminal portuário de Outeiro e ao terminal de Miramar, foi concedida pela Semas. Uma licitação foi feita pela CDP (Companhia Docas do Pará), empresa pública vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos, em outubro de 2024. Duas empresas consorciadas foram escolhidas, com homologação da contratação.
A Casa Civil da Presidência e a CDP comunicaram o cancelamento da licitação em janeiro. A partir disso, o porto de Outeiro passou a ser modificado para o recebimento dos navios de luxo. A readequação e ampliação atendem também à necessidade de incremento logístico para movimentação de carga na região.
Após a publicação da reportagem, o Ministério das Cidades afirmou, em nota, que cabe à pasta garantir os repasses de recursos previstos em contratos com os estados, "que são os responsáveis pelas contratações e execuções das obras".
A visita de Lula ao porto durou poucos minutos. Ele descerrou a placa, pousou para fotos com trabalhadores, evitou a imprensa e deixou o terminal sem nenhuma declaração.
A blindagem ao presidente ocorre em meio a uma crise de segurança pública, em que uma operação policial no Rio deixou 121 mortos, segundo contagem oficial.
Governadores de direita tentam desgastar a imagem do presidente com o episódio. Lula tem mantido o silêncio em relação às pessoas mortas no massacre.
Na visita ao porto, o presidente estava acompanhado dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), além do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e do prefeito de Belém, Igor Normando (MDB).
Antes, o presidente participou da inauguração da ampliação do aeroporto de Belém, que havia sido concluída em setembro.
