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Comitê frustra Trump, e Nobel da Paz premia María Corina Machado

Comitê frustra Trump, e Nobel da Paz premia María Corina Machado

Por Folhapress

10/10/2025 às 06:32

Foto: Reprodução/Instagram/Arquivo

Donald Trump

O comitê norueguês do Nobel anunciou nesta sexta-feira (10) que a líder opositora Maria Corina Machado, 58, venceu o Nobel da Paz de 2025 por sua atuação pela democracia na Venezuela.

A láurea foi concedida pelo seu "trabalho incansável promovendo os direitos democráticos para o povo da Venezuela e pelo seu esforço em alcançar uma justa e pacífica transição da ditadura para a democracia", de acordo com o anúncio.

O comitê a caracterizou como "um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos tempos recentes". "Neste momento, em que a democracia está sob ameaça, é mais importante do que nunca defender esse interesse comum", continuou o anúncio.

A decisão frustrou o presidente americano, Donald Trump, para quem a premiação havia se tornado uma meta pessoal e presença constante em seus discursos, nos quais fez campanha aberta para ser premiado.

Trump dizia merecer a premiação com o argumento de ter encerrado "seis ou sete" guerras pelo mundo desde que voltou à Casa Branca —embora o republicano tenha participado de negociações em uma série de conflitos, nem todos que ele listava terminaram ou tiveram sua atuação como determinante para tal.

Questionado sobre os esforços do republicano, o porta-voz do comitê disse que, ao longo da história, houve "todo tipo de campanha". "Este comitê se senta em uma sala repleta de retratos de todos os laureados, e essa sala é cheia de coragem e integridade. Nossa decisão é baseada apenas no trabalho e no desejo de Alfred Nobel", afirmou.

A campanha pró-Nobel de Trump foi engrossada na quarta-feira (8) com o anúncio, feito pelo americano em suas redes sociais, de que Israel e Hamas concordaram com a primeira fase de um plano de paz para Gaza, com libertação de reféns pelo grupo terrorista e retirada militar de Tel Aviv. Nesta quinta (9), o governo israelense aprovou acordo para encerrar o conflito.

Ao todo, 338 candidatos haviam sido indicados à láurea neste ano, dentre os quais 244 eram indivíduos, e 94, organizações. O número é menor do que o do ano passado, quando houve 286 indicações, e do que o de 2016, quando houve um recorde de 376 nomes.

Mais curiosidades sobre a lista de indicados, no entanto, só poderão ser sanadas daqui a 50 anos. Os candidatos e aqueles que os indicaram —que envolvem, entre outros, líderes de países e quem eventualmente já foi laureado— ficam em sigilo por cinco décadas.

O Nobel foi concedido pela primeira vez em 1901. Inicialmente, eram cinco categorias: paz, literatura, química, física e medicina. Uma sexta —economia— foi adicionada décadas mais tarde, em 1969.

Até a metade do século 20, os laureados na principal categoria eram "políticos ativos que procuravam promover a paz internacional, a estabilidade e a justiça por meio da diplomacia e de acordos internacionais".

Desde o fim da Segunda Guerra, porém, o prêmio passou a reconhecer esforços nas áreas de desarmamento, democracia e direitos humanos. Na virada para o século 21, o foco foi ampliado para incluir iniciativas que tentem conter a crise climática causada pelo homem.

Há alguns anos, o Nobel da Paz vem recebendo críticas devido às suas escolhas. Em 2017, a ativista pró-democracia Aung San Suu Kyi, laureada em 1991, foi criticada por seu silêncio em relação à crise humanitária envolvendo os muçulmanos da etnia rohingya em Mianmar, que viraram alvos do Exército do país e foram obrigados a fugir —cerca de 1 milhão deles vive em Cox's Bazar, em Bangladesh, o maior campo de refugiados do mundo.

Em 2019, o laureado foi o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, contemplado por ter encerrado a guerra com a Eritreia —um ano depois, porém, ele liderou outro confronto no norte do país. Recentemente, o bispo Carlos Filipe Ximenes Belo, ganhador do prêmio em 1996, foi acusado de abusar sexualmente de adolescentes.

Relembre os dez vencedores anteriores do Nobel da Paz

2024: A organização japonesa Nihon Hidankyo, que atua pela abolição das armas nucleares e reúne sobreviventes das bombas de Hiroshima e de Nagasaki

2023: A ativista dos direitos humanos iraniana Narges Mohammadi, 51, por apoiar a luta das mulheres pelo direito de elas terem vidas plenas e dignas

2022: O ativista da Belarus Ales Bialiatski, o Memorial, grupo de direitos humanos da Rússia, e o Centro para Liberdades Civis da Ucrânia, por demonstrarem a importância da sociedade civil para a paz e a democracia

2021: Os jornalistas Maria Ressa (filipina) e Dmitri Muratov (russo), pela defesa que fazem da liberdade de expressão, pré-requisito para a democracia e a paz duradoura

2020: Programa Mundial de Alimentos (PMA), por atuar como uma força motriz nos esforços para prevenir o uso da fome como arma de guerra e conflito

2019: O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, que assinou acordo de paz que pôs fim a duas décadas de hostilidades com a Eritreia

2018: O congolês Denis Mukwege e a iraquiana Nadia Murad, que denunciaram a violência em relação a vítimas de violência sexual como arma de guerra

2017: Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares (Ican), por chamar a atenção para o risco de armas nucleares

2016: Juan Manuel Santos, ex-presidente da Colômbia que negociou o acordo de paz com as Farc

2015: Quarteto para o Diálogo Nacional da Tunísia, pela contribuição decisiva na construção de uma sociedade plural no país

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