STF busca encerrar julgamentos da trama golpista em 2025, mas disputa sobre emendas deve gerar novos atritos

Após condenar Jair Bolsonaro e sete aliados, o Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para concluir, até o fim de 2025, os demais processos ligados à tentativa de golpe de Estado. A expectativa é entrar em 2026, ano eleitoral, em uma fase de menor tensão. A posse do ministro Edson Fachin na presidência, marcada para 29 de setembro, é vista como fator que pode reforçar esse movimento de pacificação, já que ele é associado a uma postura discreta e institucional. A informação é do jornal "O Globo".

Apesar dessa perspectiva, ministros reconhecem que haverá turbulências. O principal foco é o caso das emendas parlamentares, conduzido por Flávio Dino, que já provocou choques com o Congresso. Além disso, julgamentos de outros núcleos da trama golpista avançam: o “grupo da desinformação” (núcleo 4) está na fase final, enquanto processos dos chamados “kids pretos” (núcleo 3) e do grupo “operacional” (núcleo 2) também se aproximam de desfecho.

Especialistas avaliam que Fachin tentará reduzir a exposição política do STF e fortalecer sua imagem institucional. No entanto, a prisão de Bolsonaro, prevista ainda para este ano, denúncias contra Eduardo Bolsonaro e disputas em torno da anistia e das emendas devem manter o tribunal no centro das tensões. A tendência é que a Primeira Turma siga com votações divididas, sobretudo após a dissidência de Luiz Fux ao absolver o ex-presidente, o que pode alimentar recursos da defesa em instâncias nacionais e internacionais.