Ireuda Silva: ‘Um país que exclui mulheres do mercado de trabalho desperdiça talento e desenvolvimento’

Os dados divulgados pelo IBGE referentes ao 2º trimestre de 2025 revelam uma diferença preocupante no mercado de trabalho brasileiro: a taxa de desemprego entre mulheres é de 6,9%, enquanto entre os homens é de 4,8%. Isso representa uma diferença de 44%, evidenciando que as mulheres têm enfrentado muito mais dificuldades para conseguir emprego do que os homens.

Para a vereadora Ireuda Silva, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Salvador, os números confirmam um cenário estrutural de desigualdade de gênero. “Enquanto a taxa média de desemprego no país é de 5,8%, esse número esconde desigualdades importantes. Quando olhamos para o recorte por gênero, vemos que as mulheres, mesmo com avanços recentes, continuam enfrentando barreiras adicionais para acessar e se manter no mercado de trabalho”, destacou.

Ireuda lembra que, além da menor taxa de inserção, as mulheres sofrem com salários mais baixos, sobrecarga de trabalho doméstico e maiores índices de informalidade. “Essa diferença não é fruto do acaso. Ela está ligada ao machismo estrutural, à falta de políticas públicas mais efetivas e ao peso desproporcional das responsabilidades familiares que recaem sobre as mulheres. Precisamos de ações concretas para mudar essa realidade, como incentivo à qualificação profissional, programas de empregabilidade específicos e maior fiscalização contra a discriminação nas empresas”, afirmou.

Segundo a vereadora, combater essa desigualdade é essencial para promover justiça social e fortalecer a economia. “Não se trata apenas de uma questão de gênero, mas de desenvolvimento. Um país que exclui ou dificulta o acesso das mulheres ao mercado de trabalho está desperdiçando talento, inovação e capacidade produtiva”, concluiu.