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APLB volta atrás em acordo e Câmara Municipal adia votação de reajuste dos professores
APLB volta atrás em acordo e Câmara Municipal adia votação de reajuste dos professores
Por Reinaldo Oliveira/Política Livre
24/09/2025 às 20:47
Atualizado em 24/09/2025 às 21:07
Foto: Antonio Queirós/CMS

Mesmo após firmar acordo na terça-feira (23) com vereadores e o secretário municipal da Educação, Thiago Dantas, a APLB solicitou a retirada de pauta do projeto de lei que trata do reajuste dos professores da rede municipal. A votação estava prevista para esta quarta-feira (24), na Câmara Municipal de Salvador.
Em entrevista à imprensa antes do início da sessão, o coordenador-geral da APLB, Rui Oliveira, afirmou que a decisão de adiar a votação foi motivada pela “falta de transparência” no processo e pela “rejeição” de emendas consideradas fundamentais para a categoria.
“Nós saímos de uma reunião com a expectativa de que tudo estava encaminhado, mas, no final, o projeto chegou alterado, sem que tivéssemos acesso ao texto atualizado. Isso demonstra falta de respeito com os professores e com o sindicato que representa a categoria", afirmou Oliveira.
O sindicalista ainda aproveitou a ocasião para rebater as críticas de que a APLB estaria causando atraso no processo.
“Não estamos aqui para criar obstáculos, mas para garantir que os direitos da categoria sejam preservados. Entre as emendas rejeitadas estão a que assegura que não haja perdas para os aposentados e a que garante a linearidade do reajuste para todos os profissionais da educação. Essas são questões fundamentais para nós", acrescentou.
De acordo com o presidente da Câmara de Salvador, vereador Carlos Muniz (PSDB), estava tudo certo para o projeto ser votado nesta quarta-feira, e que ele foi pego de surpresa.
"Fui surpreendido, porque havia um acordo entre a APLB e o Executivo municipal para que o projeto fosse votado hoje e colocado em regime de urgência. No entanto, o presidente da APLB informou no plenário que o acordo estava desfeito, então não podíamos votar o projeto sem esse entendimento”, disse o tucano.
Segundo a líder da oposição na Casa, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), a escolha de adiar o debate respeitou a deliberação da categoria. Ela explicou que, após a reunião na terça-feira, que foi considerada positiva, uma nova assembleia de professores definiu que não era o momento para avançar.
“Tivemos uma reunião ontem que nos animou, mas hoje a assembleia apontou que o projeto ainda tem dois artigos que não contemplam os professores. Por isso, entendemos que era melhor suspender a votação para abrir espaço a um acordo. Ficamos preocupados com a demora, mas resolvemos respeitar a decisão da categoria", declarou a comunista.
Já o líder do governo na casa, vereador Kiki Bispo (União), criticou a decisão da APLB de retirar o apoio ao acordo sobre o Plano de Carreira do Magistério Municipal. Com isso, o Projeto de Lei Complementar nº 03/2025, que também trata do Fundo Municipal de Educação e do Programa Dinheiro Direto na Escola, deixou de ser votado.
“Lamentamos muito a desistência da APLB, considerando que havia sido feito um acordo que pôs fim à greve dos professores. O projeto estava em tramitação na Câmara e, a pedido dos vereadores, solicitamos uma reunião com a Prefeitura, por meio do secretário de Educação, e a APLB, para ratificarmos os termos do acordo”, disse o edil.
“Ontem, para nossa surpresa, algumas emendas foram apresentadas e acolhidas. Mas, no dia da votação, a APLB acabou descumprindo. Lamentamos não ter podido votar o projeto e esperamos que seja aberta uma nova rodada de negociações, para que a educação da nossa cidade não seja prejudicada”, finalizou.
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