Lídice defende punição a deputados que ocuparam Mesa da Câmara e questiona salário de Eduardo Bolsonaro nos EUA

A deputada federal Lídice da Mata (PSB) defendeu rigor na punição dos parlamentares que ocuparam a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, impedindo a realização das atividades e até mesmo que o presidente Hugo Motta (Republicanos -PB) se sentasse para abrir os trabalhos na volta do recesso.

“O presidente encaminhou 15 nomes para serem punidos pelo Conselho de Ética e nós vamos trabalhar, portanto, para que possa se aprovar o máximo possível daqueles que, de maneira absurda e, inclusive, descontrolada, tentaram impedir até do presidente sentar na sua própria cadeira. Mas, mais do que isso, tentaram atemorizar a Câmara gritando, fazendo manifestação em cima da Mesa Diretora dos trabalhos”, afirmou.

Em entrevista a este Política Livre nesta segunda-feira (11), antes da cerimônia de entrega de novas viaturas para unidades da polícias Civil e Militar, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, a socialista disse que a ocupação não pode ser vista sob o conceito de “obstrução”.

“Não é obstrução, obstrução é quando se faz um debate muito intenso e a oposição usa o regimento da Casa para atrasar a votação de determinada matéria. Nós temos que dar continuidade a essa discussão com a punição daqueles que promoveram esse tipo de atividade”.

A parlamentar baiana criticou também o recebimento de salário por parte do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que segue nos Estados Unidos atuando abertamente com o governo americano para impor sanções ao Brasil em razão do processo no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe.

“Essa crise política é um processo na Justiça que o presidente da República não pode intervir, assim como a Câmara não pode intervir. Aliás, se Lula pudesse intervir nas posições dos ministros do Supremo, não teria sido preso injustamente antes. O que se está tentando fazer é uma chantagem contra o país promovida pela família Bolsonaro de lá de fora por um dos deputados que se licenciou. Se ele está licenciado, ele não pode receber salário, para começar”, pontuou Lídice.

“Se ele está recebendo salário, algo está errado, porque ele tem que comprovar uma doença que só pode ser tratada nos Estados Unidos e isso, como ele não tem, ele não pode falsificar documentos. Então, ele não pode receber salário, não pode manter seus assessores, se ele está licenciado por interesse próprio, pessoal”, continuou.

“O que está ficando claro é que não é uma tentativa de golpe de novo tipo contra o Estado nacional, contra o Brasil. O golpe não será uma repetição de 64, eles estão a repetir cenários de 64”, completou.