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Kassio vota para absolver Carla Zambelli no caso de perseguição armada em rua de São Paulo

Kassio vota para absolver Carla Zambelli no caso de perseguição armada em rua de São Paulo

Por José Marques/Folhapress

15/08/2025 às 14:22

Atualizado em 15/08/2025 às 17:46

Foto: Reprodução

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi denunciada por correr armada em direção a homem após discussão em São Paulo

O ministro Kassio Nunes Marques divergiu da maioria dos ministros nesta sexta-feira (15) e votou para absolver a deputada Carla Zambelli (PL-SP) na ação penal sobre o episódio em que ela sacou e apontou uma arma para um homem na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

Kassio havia pedido vista (mais tempo para análise) em março e interrompido o julgamento.

Na ocasião, porém, o Supremo formou maioria para condenar a parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão, em regime inicial semiaberto, e à perda do mandato parlamentar por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma.

Votaram nesse sentido o relator, Gilmar Mendes, e os ministros Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Ainda votarão os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e André Mendonça.

Em seu voto, Kassio afirmou que não houve crime, mas apenas um ilícito administrativo da parlamentar.

Segundo ele, pode ter atuado em desacordo com a regulamentação do uso de arma de fogo, mas tinha autorização para o porte de arma.

Nessa hipótese, diz ele, "subsiste, em tese, residualmente, por força do princípio da legalidade penal e da tipicidade, apenas o ilícito administrativo, que poderá resultar na cassação da autorização e na apreensão da arma".

"Em suma, a absolvição da ré em relação aos delitos que lhe foram imputados na denúncia é medida que se impõe, porquanto as condutas, devidamente comprovadas nestes autos, seguramente, não se ajustam aos tipos penais [porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo]", disse.

Zambelli foi tornada ré pela corte nesse caso em agosto de 2023. Na ocasião, votaram pela abertura da ação penal 9 dos 11 ministros: o relator, Moraes, Cármen, Cristiano Zanin, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Rosa Weber e Luiz Fux.

À época, ela disse em nota ter "total confiança na Justiça e acredito que, com o esclarecimento completo dos fatos, minha inocência será comprovada".

A acusação do Ministério Público Federal foi feita após o episódio em que a deputada sacou e apontou uma arma para um homem no meio da rua em São Paulo, em 29 de outubro de 2022, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais.

Na ocasião, a deputada perseguiu um homem negro após uma discussão no bairro dos Jardins, em São Paulo. Um segurança da parlamentar chegou a fazer um disparo e foi preso pela Polícia Civil.

"O porte de arma de fogo concedido à acusada volta-se à sua defesa pessoal, razão pela qual a portadora não pode adentrar com o armamento em locais públicos, tampouco conduzi-lo ostensivamente, salvo, evidentemente, se necessário para assegurar sua própria defesa ou de terceiros", disse Gilmar em seu voto pela condenação.

"Não é esse, porém, o caso dos autos. O acervo probatório releva que a deputada federal não sacou a arma de fogo e passou a conduzi-la ostensivamente em via pública para garantir sua segurança e integridade física, mas, sim, para perseguir o ofendido já em rota de fuga."

Zambelli já foi condenada por outro caso em julgamento da Primeira Turma do Supremo em 9 de maio, a dez anos de prisão. No entendimento dos ministros, Zambelli comandou a invasão aos sistemas institucionais do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), com o auxílio do hacker Walter Delgatti. O objetivo seria emitir alvarás de soltura falsos e provocar confusão no Judiciário.

Em junho, ela fugiu para a Itália e foi considerada foragida da Justiça brasileira. Zambelli foi detida no fim de julho, em um apartamento no bairro Aurélio, em Roma. Ela foi enviada para o presídio feminino Rebibbia, onde estão 369 mulheres, quase cem a mais do que a capacidade total.

A Justiça local decidiu que ela deve continuar presa em regime fechado durante o processo de extradição da Itália para o Brasil. A tramitação pode durar de um a dois anos, segundo especialistas.

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