Home
/
Noticias
/
Brasil
/
Erika Hilton aciona Conselho Nacional de Educação para regulamentar cotas trans em universidades
Erika Hilton aciona Conselho Nacional de Educação para regulamentar cotas trans em universidades
Por Bruno Lucca, Folhapress
02/08/2025 às 10:20
Foto: Antonio Araújo/ Câmara dos Deputados/Arquivo

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou na sexta (1º) um ofício junto ao CNE (Conselho Nacional de Educação) solicitando a regulamentação nacional das cotas para pessoas trans e travestis no ensino superior brasileiro.
O pleito surge em resposta ao aumento de decisões judiciais que colocam em dúvida a continuidade de políticas afirmativas implementadas por universidades públicas, como a recente anulação das cotas trans na FURG (Universidade Federal do Rio Grande), que pode levar ao cancelamento de matrículas feitas entre 2023 e 2025.
A parlamentar solicita que o CNE elabore uma resolução normativa que estabeleça diretrizes nacionais para a adoção de cotas trans; que o processo seja público e participativo, com envolvimento direto de organizações sociais e que haja articulação entre os diferentes níveis de ensino sobre diversidade de gênero.
Ela também pede que o CNE emita, com urgência, uma nota técnica em defesa da FURG e de todas as universidades que adotaram cotas trans, para subsidiar juridicamente as instituições.
No documento, Hilton menciona a crescente insegurança jurídica que atinge essas políticas diante da ausência de diretriz federal específica. Atualmente, 23 universidades públicas já adotam cotas trans, mas, diz a deputada, ofensivas judiciais e administrativas ameaçam sua continuidade.
A parlamentar afirma que apenas 0,3% da população trans e travesti acessa o ensino superior e que a expectativa de vida dessa população gira em torno de 35 anos no Brasil.
"Essa regulamentação é fundamental para garantir segurança jurídica, resguardar a autonomia universitária e consolidar o direito de pessoas trans à educação. Não é uma pauta identitária isolada, é uma resposta concreta às desigualdades brutais que seguimos enfrentando. E isso é dever do Estado brasileiro", afirma Hilton.
