Eduardo Bolsonaro diz que trabalha nos EUA por mais sanções ao Brasil

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, em entrevista à colunista Bela Megale, do jornal "O Globo", que está nos Estados Unidos trabalhando para ampliar as sanções impostas ao Brasil pelo governo de Donald Trump, após a decretação da prisão domiciliar de seu pai, Jair Bolsonaro, pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Segundo ele, a única condição para retornar ao país seria a aprovação de uma anistia ampla aos aliados do ex-presidente e a saída de Moraes do Supremo. Caso isso não ocorra, disse estar disposto a passar “décadas em exílio”.

Eduardo também defendeu o tarifaço imposto por Trump, que pode gerar impacto negativo de R$ 19 bilhões no PIB brasileiro, alegando que se trata de um “sacrifício necessário” para pressionar as autoridades brasileiras. Ele afirmou não ter recebido críticas do agronegócio, setor mais afetado pelas medidas, e disse acreditar que a estratégia resultará em maior popularidade para o grupo bolsonarista após a eventual anistia. O parlamentar negou a possibilidade de renunciar ao mandato e afirmou que pretende solicitar à Câmara autorização para votar remotamente.

Apesar das críticas a lideranças como Alexandre de Moraes e da defesa do endurecimento das sanções, Eduardo disse ver espaço para diálogo com o STF, desde que seja votada a anistia aos acusados de envolvimento em atos antidemocráticos. Ele também confirmou que recebeu R$ 2 milhões do pai para se manter nos EUA, negando irregularidades, e admitiu interlocução com aliados de Trump, como Steve Bannon, para reforçar sua agenda internacional.