Datafolha: Lula ganha vantagem sobre bolsonarismo em 1º e 2º turnos
Por Igor Gielow, Folhapress
02/08/2025 às 18:10
Atualizado em 02/08/2025 às 18:55
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

A mais recente pesquisa do Datafolha mostra uma ligeira recuperação da posição do presidente Lula (PT) na disputa pela reeleição no ano que vem.
Ele lidera de forma isolada todos os cenários em que disputa no primeiro turno e, no segundo, descolou-se no limite da margem de erro do inelegível Jair Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Nas hostes oposicionistas, o nome que melhor se sai além de Tarcísio é o do governador Ratinho Jr., do PSD do Paraná. Ele fica no terceiro lugar de forma consistente, oscilando da casa de 10% a 14% nos cenários hoje mais plausíveis.
O Datafolha dobrou os cenários de segundo turno. O empate técnico na simulação da pesquisa anterior de Lula contra Bolsonaro ou Tarcísio foi substituído agora por um descolamento do petista.
O ex-presidente tinha 45% ante 44% do petista, que agora lidera no limite máximo da margem, por 47% a 43%. Já o governador oscilou de 42% para 41%, enquanto Lula foi de 43% para 45%. A vantagem segue sobre Michelle (48% a 40%), Eduardo (49% a 37%) e Flávio (48% a 37%).
Nas novas simulações, quem se destaca é novamente Ratinho Jr., com desempenho semelhante ao do governador paulista, perdendo de 45% a 40% para Lula. O fator do nome pesa e pode influenciar o resultado, dada a popularidade do pai do paranaense, o apresentador de TV homônimo.
Seja como for, num cenário em que o campo da direita está aberto e Tarcísio é pressionado por alguns aliados a buscar a reeleição, é um dado a notar —e Ratinho Jr. é do PSD do mandachuva Gilberto Kassab, importante nome do governo paulista.
No mais, Lula marca 47% a 35% contra Ronaldo Caiado, governador de Goiás pelo União Brasil, e por 46% a 36% quando enfrenta Romeu Zema, que governa Minas Gerais pelo Novo.
Sem o atual presidente, Tarcísio derrota Haddad por 43% a 37% no segundo turno e, em outro cenário, empata tecnicamente com Alckmin, mas tendo vantagem numérica (40% a 38%).
A pulverização do momento é aferida também quando se observa a tabela de nomes citados de forma espontânea pelos eleitores. Nela, está desenhado o imaginário da polarização: Lula tem 22%, Bolsonaro, 17%, e Tarcísio, 1%.
Já a rejeição, fator importante na construção de candidaturas, coloca Lula (47%) e Bolsonaro (44%) com patamares quase proibitivos de fastio do eleitorado hoje. A família do ex-presidente também é bem rejeitada, na casa dos 36%-38%.
Os eventuais candidatos da oposição sem o sobrenome Bolsonaro se beneficiam pela pouca exposição fora de suas fronteiras estaduais: Tarcísio tem só 17% de rejeição, ante 21% de Ratinho Jr. e 22% de Zema.
No campo governista, Haddad, que perdeu a disputa nacional para Bolsonaro em 2018, tem 32%, enquanto Alckmin, com longa carreira em São Paulo e duas derrotas federais (2006 e 2018), registra 27%.
O Datafolha foi às ruas nos dias 29 e 30 de julho, tendo entrevistado 2.004 eleitores em 130 municípios.
