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Advogado de Bolsonaro defende auditor fiscal no esquema bilionário de corrupção em SP

Advogado de Bolsonaro defende auditor fiscal no esquema bilionário de corrupção em SP

Por Ana Paula Branco, Folhapress

14/08/2025 às 16:56

Foto: Divulgação/Arquivo

O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, teria arquitetado esquema de propinas

O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, apontado como principal operador do esquema de propinas e créditos irregulares de ICMS na Sefaz-SP (Secretaria da Fazenda de São Paulo), contratou Paulo da Cunha Bueno, advogado de Jair Bolsonaro (PL), para defendê-lo na Operação Ícaro, do MP-SP (Ministério Público de São Paulo).

De acordo com as investigações do MP-SP, Artur orientava executivos de grandes varejistas do país, preparava documentos e acelerava análises para a obtenção de créditos de ICMS, além de ter autorizado a transferência de créditos para outras empresas.

Ele também contratou uma empresa de cibersegurança, possivelmente para ocultar ou recuperar ativos ilícitos, segundo os investigadores. Artur está preso desde terça-feira (13), no 8º DP de São Paulo, localizado no Belenzinho (zona leste da capital).

A defesa de Artur ainda não se manifestou sobre as acusações.

Entre os presos na unidade pela operação estão ainda o empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma, o diretor estatutário do grupo Fast Shop Mario Otávio Gomes.

Além das prisões temporárias, até o momento foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em residências e sedes das empresas investigadas. Também foram presos o auditor Marcelo de Almeida Gouveia, em São José dos Campos, e Celso Éder Gonzaga de Araújo e sua esposa, em Mato Grosso, acusados de colaborar na lavagem de dinheiro. Na casa do casal, foram apreendidos mais de R$ 1,2 milhão e pedras preciosas, incluindo esmeraldas.

A operação identificou a empresa Smart Tax, registrada em nome da mãe de Artur Gomes, como empresa de fachada de Artur para receber milhões da Fast Shop pela assessoria de créditos tributários. Segundo o MP, a empresa teria superfaturado valores de ressarcimento e assim ampliado seu patrimônio de R$ 411 mil em 2021 para cerca de R$ 2 bilhões em 2023.

Além de acelerar e liberar valores maiores do que o devido, Artur lidava com todas as etapas e minúcias do processo e resolvia até outros tipos de problema que as empresas tivessem, como, por exemplo, conseguir datas de audiências ou resolver questões de fiscalização.

"Ele fazia o serviço completo, resolvia todo tipo de pepino", afirmou João Ricupero, em entrevista à Folha na qual afirma haver provas abundantes sobre a fraude.

Outras empresas citadas nas investigações incluem Allmix Distribuidora, Rede 28 Postos de Combustíveis, Kalunga e o grupo NOS, dono da OXXO, mas nenhuma delas foi alvo de mandados nesta fase.

O advogado Fernando Dutra, que defende a Allmix Distribuidora, afirma que não teve acesso ao inquérito e só está sabendo do tema pela imprensa. "Neste momento não temos muito o que falar senão ratificar a transparência nas ações todas da administração da Allmix e já deixar claro que a empresa colaborará com todos os próximos passos da investigação", afirmou.

O advogado Arthur Fiedler, que defende Sidney Oliveira, afirmou que não pode comentar porque "o caso corre em segredo de Justiça".

O Grupo Nós afirma que não conhece o conteúdo da investigação e diz estar à disposição das autoridades competentes para, se necessário, prestar esclarecimentos e colaborar nos termos da lei.

A Fast Shop informa que está analisando o conteúdo da investigação e segue colaborando com as autoridades competentes.

Procurada às 9h20 e às 14h06 desta quarta-feira (14) por telefone, WhatsApp e, às 15h45 novamente por email, a Kalunga não se manifestou até o momento. A reportagem não localizou a defesa da Rede 28 Postos de Combustíveis, de Marcelo de Almeida Gouveia e de Celso Éder Gonzaga de Araújo e sua esposa.

A Sefaz-SP informou que está à disposição para colaborar com a investigação, por meio de sua Corregedoria da Fiscalização Tributária, e instaurou procedimento administrativo para apurar a conduta do auditor envolvido.

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