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Eduardo Bolsonaro pede resposta dos EUA ao 'ditador' Moraes em programa de Steve Bannon
Eduardo Bolsonaro pede resposta dos EUA ao 'ditador' Moraes em programa de Steve Bannon
Por Mônica Bergamo/Folhapress
18/07/2025 às 13:30
Foto: Reprodução

O deputado federal Eduardo Bolsonaro disse que Alexandre de Moraes está se afirmando como ditador, após seu pai, Jair Bolsonaro, ser alvo de buscas realizadas pela Polícia Federal nesta sexta-feira (18).
Ele também pede que os "Estados Unidos, o país da liberdade e lar dos corajosos, mandem uma resposta" para o Brasil. "Para não deixar que o modelo de censura brasileira seja exportado para outros países".
As falas foram dadas em inglês no programa WarRoom do ex-estrategista de Donald Trump e um dos principais expoentes da extrema direita, Steve Bannon.
Bolsonaro está proibido de acessar redes sociais e de falar com Eduardo, que está nos EUA. Isso, para Eduardo, é o "Brasil estabelecendo um novo modelo de censura".
"Se Moraes vencer essa guerra —o que eu não acho que vai acontecer—, será um estrago para o Brasil e para o Ocidente", afirmou.
Eduardo afirmou que Jair "cumpriu todas as ordens de Moraes, mesmo considerando que todas elas eram ilegais". Ele considera, assim como o pai, o pedido de busca uma "humilhação" e que Moraes está "dobrando a aposta" após a taxação dos EUA.
O deputado licenciado disse também que todo o movimento contra o pai é por "ele liderar as intenções de voto, e provavelmente irá vencer Lula no primeiro turno".
Na verdade, Lula lidera os cenários de intenção de voto para o 1º turno da eleição presidencial de 2026, segundo a última pesquisa Datafolha.
Seu opositor mais competitivo, neste momento, de fato é Jair Bolsonaro (PL), inelegível por decisão da Justiça Eleitoral, mas que pode lançar seu nome para a disputa até ser vetado oficialmente devido à sua situação legal. No embate entre eles, há empate no 1º e 2º turno.
Alexandre de Moraes determinou as medidas cautelares em atendimento a uma representação da PF com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República.
Segundo a PF, Bolsonaro tem atuado para dificultar o julgamento do processo do golpe e tem iniciativas que caracterizam os crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional. O órgão divulgou nota confirmando as medidas cautelares.
O ex-presidente teria financiado inclusive atos contra a soberania nacional, ao enviar recursos para o filho atuar contra o Brasil nos EUA. Em junho, ele admitiu à coluna que tinha enviado R$ 2 milhões a Eduardo Bolsonaro, via Pix. "O dinheiro é meu e é limpo", afirmou.
Ministros da Corte já desconfiavam e tiveram indícios de que Bolsonaro se preparava para fugir do Brasil, pedindo asilo político a Donald Trump nos EUA.
As falas do norte-americano pressionando o Brasil e o STF para que o processo fosse encerrado "imediatamente!", e o "desespero" demonstrado por Bolsonaro teriam sido determinantes para a medida, segundo um magistrado ouvido pela reportagem.
As medidas cautelares vêm na esteira da crise que o presidente norte-americano abriu contra o Brasil, impondo taxas de 50% ao país e colocando, entre as condições para que elas não sejam aplicadas, o fim da ação penal contra o ex-presidente, que Trump chama de "perseguição".
Na quinta (17), Trump divulgou nova carta, desta vez endereçada diretamente a Bolsonaro, dizendo que o processo contra ele deveria terminar "imediatamente!".
"Eu vi o terrível tratamento que você está recebendo nas mãos de um sistema injusto", afirmou o norte-americano em carta com timbre da Casa Branca publicada em sua rede social, o Truth Social.
O governo Trump também ameaça aplicar sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes, relator da ação penal em que Bolsonaro é acusado de tentar dar um golpe no Brasil, e o Departamento de Estado chegou a citar o magistrado nominalmente.
As medidas contra Moraes e outros magistrados do STF estão sendo defendidas diuturnamente pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, que tem tido encontros frequentes com autoridades do governo Trump.
O advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, afirmou à coluna que "a defesa está surpresa e vai se manifestar após ter ciência da decisão".
