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Brasil tem condições de não fazer do 1º de agosto um dia fatídico, diz Haddad sobre tarifaço
Brasil tem condições de não fazer do 1º de agosto um dia fatídico, diz Haddad sobre tarifaço
Por Lucas Marchesini/Folhapress
29/07/2025 às 17:16
Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil/Arquivo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil "tem todas as condições de não fazer do 1º de agosto um dia fatídico". De acordo com ele, "os canais estão sendo desobstruídos vagarosamente, mas estão".
Em entrevista a CNN nesta terça-feira (29), Haddad apontou uma falta de clareza por parte dos Estados Unidos nas demandas do país em relação ao Brasil.
"Existem alguns itens que estão sendo discutidos e alguns que estamos tentando compreender. Vou citar um que pra gente é difícil compreender. A questão do pix. É como se tivesse uma presunção de que o pix deveria ser privado, render lucro, garantir algum rendimento para alguém. Não tá na nossa ordem de consideração privatizar o pix", avaliou Haddad.
Nas discussões com representantes do governo do presidente Donald Trump "tem se falado de mais coisas do que está na carta que foi tuitada [pelo governo dos EUA]", continuou o ministro.
Ele aponta, porém, que nem para o governo dos EUA há clareza sobre como serão as tarifas aplicadas no início de agosto. Com a definição, será possível escolher quais medidas de contingência serão adotadas.
"É um jogo que está sendo jogado por dois times. Precisamos saber qual a decisão vai ser tomada em relação ao Brasil. Essas coisas estão mudando em relação ao resto do mundo, pode ser que mude em relação ao Brasil", disse.
Para Haddad, "a maior potência do mundo resolveu virar a mesa" nas relações comerciais. "Estamos procurando canais para trazer para a racionalidade. Isso tem que ter protocolo. Não vai querer que presidente Lula se comporte como o ex-presidente Jair Bolsonaro se comportava abanando o rabo, falando 'i love you' e batendo continência", continuou.
Ele rebateu as críticas de que faltaria empenho ao governo para resolver a questão. " Temos vice presidente do país dedicado 100% a isso", afirmou. "A oposição ao invés de ajudar está atrapalhando. Esse tipo de discurso que eles estão divulgando só atrapalha as negociações. Você está levando água para o moinho da pessoa que quer te taxar", opinou.
A maioria das medidas desenhadas pelo governo dependem de aprovação no Congresso, afirmou Haddad. Ele diz que os parlamentares estarão sensíveis à pauta que será enviada pelo Executivo.
"Creio que diante de uma emergência dessas não haverá falta de apoio de nenhuma força política".
Questionado se isenções fiscais estariam entre as medidas consideradas, Haddad respondeu que elas não estão na ordem das considerações.
O ministro também descartou retaliações semelhantes aos EUA. "Assim, como o governo Trump está dando tiro no encarecendo os produtos para os americanos, não podemos cometer erro simétrico que seria encarecer o que concorre para melhorar produtividade da nossa economia, baixar custo. Esse tipo de coisa na mesma moeda não está na ordem de considerações porque estamos pensando no povo brasileiro", disse.
