Niltinho admite que saída do PP antes da janela eleitoral “não é uma tarefa fácil” e que estuda levar o pleito à direção nacional

O deputado Niltinho, líder do PP na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), afirmou que ainda não se reuniu com os colegas de bancada para discutir a possibilidade de formalizar a saída da legenda antes do período estabelecido pela Justiça Eleitoral, chamado de “janela partidária”, quando é permitido a troca de partido sem o risco de perda do mandato.

A fala de Niltinho a este Política Livre, vem em resposta à “provocação” do deputado Felipe Duarte que, em entrevista ao site, no início deste mês, disse “esperar o bom senso da direção do PP” para que a troca seja efetuada antes de abril de 2026. Duarte também chegou a afirmar que o PP “não pode segurar ninguém” que esteja insatisfeito na legenda.

Os seis deputados estaduais do PP iniciaram conversas com outros partidos desde que houve a oficialização da federação com o União Brasil, dando origem à União Progressista. O “casamento” vai oxigenar os partidos que, juntos, passarão a ter a maior bancada da Câmara, com 109 deputados federais, e a segunda maior no Senado, com 14 senadores. Na Bahia, os deputados estaduais fazem parte da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), o que inviabiliza a permanência no PP diante deste novo cenário.

Ao Política Livre, Niltinho admitiu que a desfiliação do partido antes do prazo “não é uma tarefa fácil”. Ele explicou que o processo não envolve somente a Executiva Estadual, que é comandada pelo deputado federal Mário Negromonte Júnior, como também a Executiva Nacional.

“Eu acho que é uma pauta que se assim for estimulada pela maioria dos parlamentares, dos seis deputados, a gente vai levar isso para a Executiva Estadual. Ainda não me reuni com todos os colegas para tratar o assunto, mas, sem dúvida, eu vou conversar com cada um deles e se a maioria entender que é um desejo, que a gente tente realmente fazer esse movimento com a maioria”, adiantou.

Na avaliação de Niltinho, embora a federação seja muito recente, “dificilmente não será homologada” diante da forma como foi divulgada na imprensa.

“É lógico que eu acho que dificilmente isso não será concretizado, tamanho a publicidade, todos os movimentos que foram feitos nacionais. Mas essa mudança de partido, melhor, essa desfiliação, ainda é muito cedo para tratar. A gente tem visto a postura do deputado Mário Júnior, presidente estadual do partido, desejando estar na base do governo. A gente sabe o esforço que ele fez até aqui nessa busca de ter não só os deputados estaduais, a sigla, fazendo parte do governo, tanto ele como o deputado Cajado. Essas decisões em relação à esfera nacional aconteceram por cima, acabou que não passou pela nossa mão essa decisão que o Brasil todo já vem acompanhando”, frisou.