Promessa de Igor Kannário de sair da política vem após fiasco na tentativa de retornar à Câmara Municipal de Salvador

Não passou despercebida a promessa do cantor Igor Kannário durante sua participação no trio pipoca, na última segunda-feira (3), no Circuito Osmar (Campo Grande), de deixar de vez a política.

Após abandonar o desfile com a justificativa de um suposto excesso de violência da Polícia Militar para com os foliões, Kannário, que já dominou as paradas de sucesso com a música “Tudo nosso, nada deles", não apenas declarou o desejo de não tocar nas próximas edições do Carnaval de Salvador como, também, de não se envolver com “política nunca mais”. A fala de Igor Kannário teve repercussão na imprensa nacional.

A declaração veio cinco meses após Kannário ter amargado míseros 1.553 votos na tentativa de retornar à Câmara Municipal na eleição de 2024. O artista, que sempre esteve no ninho de Bruno Reis e de ACM Neto, já foi filiado ao PHS e ao DEM (atual União Brasil) onde foi eleito, em 2018, deputado federal com 54.858 votos.

O cantor foi tratado como um verdadeiro “príncipe”, não do “gueto”, mas do PSB quando se filiou à legenda em abril do ano passado. Ele era considerado o principal “puxador” de votos do partido mesmo em meio a sua controversa filiação à sigla socialista, capitaneada pelo vice-presidente estadual da legenda, Rodrigo Hita, principal interessado em conquistar uma cadeira na Câmara de Vereadores da capital.

A manobra abriu uma guerra interna no PSB, pois a filiação além de ser realizada sem a anuência da executiva municipal, também representava o risco de sepultar o mandato do vereador Silvio Humberto, um dos principais expoentes do movimento negro na Bahia. A conta era que se Igor Kannário tivesse uma performance próxima, ou até superior, aos 11.492 votos que obteve na eleição em 2016, o PSB teria o potencial de eleger dois ou até três vereadores.

Quando as urnas foram abertas no dia 06 de outubro, nem Rodrigo Hita, nem Igor Kannário tiveram êxito em suas empreitadas e Silvio Humberto foi reeleito para mais um mandato na última cadeira, com 6.904 votos.