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Bolsonaristas entram em parafuso com vídeo do presidente na maçonaria

Bolsonaristas entram em parafuso com vídeo do presidente na maçonaria

Por Paula Soprana/Folhapress

04/10/2022 às 19:33

Foto: Reprodução/Twitter

Volta a circular vídeo de Bolsonaro em templo maçônico

"Bom dia, amigos, eu vi uma notícia que nosso presidente é maçom, estou muito desapontado." Esse é um dos comentários que exemplifica parte da decepção de alguns bolsonaristas em grupos de Telegram nesta terça-feira (4), quando um vídeo de Jair Bolsonaro (PL) discursando a maçons voltou a circular na internet.

"O Bolsonaro é maçom?", "Vocês sabem se esse vídeo de Bolsonaro na maçonaria é verdade?", "A maçonaria criou o comunismo", "Não acredito que fiz campanha por quatro anos para um maçom", "Em perfil de maçom, eu passo longe. Lixo satanista!" e "Pessoal, o vídeo é verdadeiro, não adianta negarmos. A pergunta que fica agora é: por que o nosso presidente está participando de cerimônias maçom?" são amostras dos comentários de frustração em grupos pró-governo.

Vídeos de um canal do YouTube com títulos "Maçonaria Inimiga da Igreja" também foram disseminados nos grupos, acompanhados de comentários que a associam ao comunismo.

Diante da onda de dúvidas e desapontamento, militantes logo começaram a divulgar mensagens tentando conter o dano ao explicar que Bolsonaro estava fazendo campanha.

"Petralhas estão postando vídeos e mensagens mentirosas sobre Bolsonaro: maçonaria e satanismo. Fiquem espertos e não caiam nessa!", "Ele não é maçom, nunca foi!", "É um vídeo antigo, quando ele nem era presidente, e foi apenas discursar" e "O cara só foi pedir voto e vocês aí falando isso, Bolsonaro não é maçom. Precisamos de ajuda!".

Além do vídeo, a ofensiva digital contra Bolsonaro passou a divulgar fake news com montagens do presidente associando-o ao demônio.

"O plano oculto de Bolsonaro foi descoberto pela igreja, a mando da maçonaria, o Bolsonaro quer implantar o chip da besta na população crente, em aliança com George Soros, Mark Zuckerberg e iluminatis", diz uma mensagem.

Segundo o Observador Folha/Quaest, que monitora 465 grupos de Telegram e 1.346 de WhatsApp, as mensagens mais virais sobre o assunto nesta terça foram as que tentaram explicar que a disseminação do vídeo é uma tática da esquerda para Bolsonaro perder voto entre evangélicos.

"Estão publicando esta foto montagem de quando Bolsonaro visitou uma maçonaria. Um vídeo de Jair Bolsonaro fazendo um discurso pedindo votos em uma maçonaria também foi ressuscitado. Perfis falsos de esquerdistas se passando por cristãos nas redes e robôs estão criando uma narrativa" é o conteúdo mais difundido no Telegram, encaminhado cerca de 90 vezes.

"Por que eles não postam também foto do presidente Bolsonaro na Igreja Universal, na Mundial, na Assembleia, na Igreja Quadrangular? O presidente Bolsonaro é presidente de todos" diz outro comentário, encaminhado cerca de 50 vezes.

No WhatsApp, entretanto, a mais compartilhada diz que "A Igreja Católica não aceita que os seus fiéis sejam da maçonaria e historicamente já se opôs radicalmente a esta sociedade secreta, devido aos princípios anticristãos maçônicos". O monitoramento da Quaest não inclui imagens.

Para defender o presidente, várias pessoas justificaram que o vice Hamilton Mourão (Republicanos), eleito senador pelo Rio Grande do Sul, é maçom e que Bolsonaro precisa dialogar com todos para se eleger. Eles usam uma reportagem da Folha, de 2018, que relata que o vice é maçom há 20 anos e que incluiu em sua campanha visitas a templos dessa fraternidade de homens.

No vídeo do templo, que não tem data, Bolsonaro diz que um risco mais grave que a corrupção "é a questão ideológica". O conteúdo tem o logo do "Canal de Notícias Políticas", que não tem mais página no Facebook.

O discurso de Bolsonaro sugere que o período seja anterior à candidatura de 2018: "Não estou como candidato a nada, há dois anos e meio resolvi andar pelo Brasil. Saí da zona de conforto que é um mandato parlamentar".

Muitos grupos religiosos, como parte dos evangélicos, comparam a maçonaria a uma seita. O Vaticano já afirmou que os princípios maçons são incompatíveis com a doutrina da Igreja Católica. E

Em 1983, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro papa Bento 16, assinou documento em nome da Santa Sé reforçando "o parecer negativo da igreja a respeito das associações maçônicas".

A campanha petista deve usar as imagens caso Bolsonaro suba o tom da campanha. Os termos "maçonaria", "decepção" e "Bolsonaro satanista" estão na lista dos assuntos mais comentados do Twitter.

O segundo dia de campanha para o segundo turno da eleição mostra que ataques envolvendo questões religiosas serão explorados na disputa por votos. O PT também voltou a ser alvo de um vídeo manipulado que mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizendo que faria pacto com o demônio.

O vídeo é de um evento de agosto de 2021, quando Lula estava em cima de um palco na Senzala do Barro Preto, sede do bloco afro Ilê Ayê, em Salvador. Ele dizia ao público que bolsonaristas espalhavam que ele tinha relação com demônio, que falava com demônio e que o demônio tomava conta dele.

A fala foi editada e tirada de contexto, dando a entender que Lula referia-se a ele próprio: "Me entregaram Xangô. Relação com demônio. Eu estou falando com demônio. E o demônio está tomando conta de mim".

Ainda em 2021, o vídeo foi publicado nas redes sociais por Rômulo Quintino (PL), vereador de Cascavel (PR), e amplificado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), que compartilhou o post com a mensagem "envie esse vídeo a sua liderança religiosa e pergunte o que ela pensa disso. A guerra é também espiritual".

O PT entrou na Justiça solicitando a remoção do vídeo, mas o caso ainda não foi julgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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