Secretário não descarta sair vereador e minimiza ausência do PV no lançamento de Reis

O secretário municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência, André Fraga (PV), minimizou, na tarde desta quarta-feira (8), a ausência do PV na pré-candidatura do democrata Bruno Reis à prefeitura de Salvador. O evento aconteceu na última segunda (6) e já possui o apoio de 13 partidos. Ele afirmou que o prefeito ACM Neto (DEM) não conseguiu conversar com o presidente do partido, Ivanilson Gomes, por estar viajando pelo interior do Estado e só chegará nesta quinta-feira (9) na capital baiana, mas acredita que o PV deverá apoiar o atual vice-prefeito. “Não conseguiu conversar e não deu pra ir lá oficialmente, institucionalmente representar o partido. O PV está nesse processo de dialogar. O presidente do partido vai chegar, vai conversar pra entender o caminho”.

Em entrevista ao Política na Mesa, Fraga disse que chegou a conversar com Neto e Reis sobre as demandas do PV, como ter um programa para a cidade, e lembrou que quando o partido apoiou a candidatura do democrata em 2012, Neto assinou um documento público. Portanto, ele acredita que um documento será apresentado novamente, mas agora para Bruno. A segunda demanda, conforme o secretário, seria a montagem de uma chapa competitiva que possa conquistar votos com olhos em 2022, quando virá a cláusula de barreira de 2% que o partido precisa vencer. “Então, Ivanilson chegando, vai conversar, entender qual é o caminho. O PV está começando a discutir alguns temas da cidade pra montar esse documento, pra ter uma candidatura própria ou, se for o caso, apoiar alguém”.

Ainda na entrevista, o secretário não descartou a possibilidade de sair vereador na capital baiana e disse que caso não ocorra, não pretende continuar na atual pasta que comanda em um eventual governo de Reis. Ele é um dos 14 baianos selecionados pelo curso de formação política do RenovaBR - entidade apoiada pelo apresentador global Luciano Huck. Conforme matéria exclusiva do Política Livre publicada em julho, o resultado da seleção priorizaram possíveis candidatos aos cargos de vereadores e prefeitos em todo o país nas próximas eleições, em outubro.

“O partido tem muito interesse na minha candidatura, eu tenho discutido isso. Não é o meu plano inicial, gostaria muito de terminar [o trabalho na Secretaria], comecei em 1° de janeiro de 2013, queria muito sair dia 31 de dezembro de 2020, mas a depender do cenário posso me candidatar”, comentou, ressaltando que o próprio presidente do PV também pode sair candidato a vereador na capital baiana. “A gente tem o subsecretário da Reparação Valcir, tem outros quadros que estão na própria prefeitura também. Estamos buscando a filiação de novos quadros, tenho conversado com muita gente do RenovaBR aqui em Salvador pra se filiar ao Partido Verde. O desafio da gente é fazer minimamente uma votação bacana em 2020 para 2022 conseguir vencer a cláusula de barreira e eleger deputados”.

Governo Bolsonaro

André Fraga também criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro. Na questão ambiental, ele classificou como “um desastre, equívoco total a forma como a agenda de sustentabilidade está sendo tocada”. No entanto, disse o “Ministério do Meio Ambiente, tirando o ministro, tem muitos quadros qualificados, que são técnicos de carreira”, lamentou o secretário que também não poupou críticas à maneira de governar de Bolsonaro. “Eu acho que o presidente faz uma das coisas mais perigosas e absurdas que é simplificar a política. Nada na política é simples, tudo é complexo”, disse, dando como exemplo a implantação de um parque, que deve entrar primeiro no PDDU, fazer estudos, projeto, licitar, iniciar obra, inaugurar e ainda tratar de sua manutenção. “O Bolsonaro peca nisso, ele faz isso de uma maneira deliberada e, digamos assim, até maligna”.

Segundo o secretário, outros ministérios estão com pautas mais avançadas no setor. “O Ministério da Economia olha a questão ambiental de maneira completamente diferente do que o Meio Ambiente, porque ele sabe que é estratégico pra economia. Então, eles estão discutindo lá regulamentação do mercado de carbono, incentivos para indústria mais limpa, o próprio Ministério da Infraestrutura também. O Ministério do Meio Ambiente está sendo o que mais ataca nossa agenda”.

Pituaçu

Sobre a possibilidade da prefeitura de Salvador assumir a administração do Parque de Pituaçu, hoje sob a tutela do governo do Estado, e atrair investimentos da iniciativa privada, Fraga afirmou que seria seu “sonho”. “Temos um grande case aí que é o Parque da Cidade, que ninguém acreditava que poderia voltar a ser um parque ocupado pelas pessoas, porque não tinha segurança, qualidade e hoje é um parque completamente lotado nos fins de semana. E o Parque de Pituaçu tem um elemento que o Parque da Cidade não tem, que é o grande espelho d’água, que permite esportes náuticos. Se depender do governo do Estado atual, acho que não vai ser reformado, vai ter que mudar esse governo pra ser feito”, disse, ressaltando, entretanto, que no planejamento municipal, cuja implementação foi iniciada em 2017, “ficou definida a implantação de sete novos parques” na capital baiana.