Para Ademário, plano de Rui não é concorrer à prefeitura
Por Raiane Veríssimo
09/01/2020 às 15:42
Atualizado em 09/01/2020 às 19:47
Foto: Política Livre

O presidente municipal do PT, Ademário Costa, afirmou, nesta quinta-feira (9), que não acredita que o governador Rui Costa (PT) poderá disputar a prefeitura de Salvador em 2024. Ele foi questionado pelo Política Livre sobre a tese que anda rolando nos bastidores de que a falta de empenho de Rui na condução do processo eleitoral dentro de sua base para a prefeitura de Salvador, como fez em 2016, seria por estar de olho em 2024 e assegurar seu lugar na disputa ao Palácio Thomé de Souza contra um adversário e não um aliado.
“Eu não creio nessa tese de 2024, não que o governador não possa ser um candidato nosso no futuro para qualquer cargo que ele quiser ser, pela sua condição política, de liderança e de força na sociedade baiana e soteropolitana. Rui é o maior eleitor de Salvador, junto ao atual prefeito [ACM Neto] e Lula, é importante destacar isso, mas eu tenho certeza que o pensamento de Rui é construtor de política e partido. Ele não vai se movimentar pra guardar um lugar pra ele no futuro. Não tem nenhum indício em Rui essa característica”, pontuou.
Ademário voltou a dizer que a decisão de quem será o pré-candidato do PT na sucessão do prefeito ACM Neto (DEM) não sairá antes da Lavagem do Bonfim, que acontece na próxima quinta-feira (16). Cinco estão no páreo: o ex-ministro Juca Ferreira, a socióloga Vilma Reis, o vereador Moisés Rocha, o deputado estadual Robinson Almeida (por indicação do senador Jaques Wagner), além da secretária estadual de Promoção da Igualdade, Fábia Reis, que se inscreveu na última segunda (6). “A ordem é fazer pré-campanha, com muito respeito e atenção pra legislação eleitoral”.
Segundo ele, no dia seguinte do Bonfim, na sexta-feira (17), já terá uma resposta do diretório nacional sobre o calendário de encontros e prévias para definição de candidaturas majoritárias e tática eleitoral, o que vai nortear a eleição em Salvador. “Além desse calendário, no PT qualquer possibilidade de acordo é maior do que qualquer estatuto. Tem uma lei interna no PT que não está escrito em lugar nenhum, mas todo mundo segue, que é o que for acordado, todo mundo topa e constrói independente das datas que a burocracia apresenta”, explicou ressaltando também que ficou definido em reunião nesta última quarta (8) que ninguém mais poderá se inscrever para a disputa interna na escolha de quem representará o partido em outubro.
Ademário também comentou sobre o lançamento da pré-candidatura do vice-prefeito Bruno Reis que sai com apoio de 13 partidos. O petista criticou aliados do prefeito ACM Neto que acreditam que o pupilo poderá ser eleito com mais de 70%, repetindo o resultado de 2016, que não chegou a ter segundo turno. “A Oposição não pode iniciar o jogo já achando que está sabendo como ele está sendo jogado. Passado o tsunami, a ideia apresentada de invencibilidade como foi feita segunda-feira, eu sempre digo: tem duas formas de perder a eleição, uma é o já ganhou e a outra é o já perdeu. A turma [de Neto] entrou no já ganhou e na verdade ele mostra muito mais um grande temor e fragilidade de fazer o enfrentamento, do que a força”.
Questionado sobre qual o cenário real que o PT trabalha diante das inúmeras pré-candidaturas na base do governo Rui e se existe alguma possibilidade de fusões entre PP e PCdoB ou PSD e Podemos, Ademário afirmou que é preciso diferenciar o que é namoro ou amizade. “As pessoas estão conversando. Tá correto esse movimento, todo mundo tem que conversar, exercitar esse diálogo político é fundamental para base de governo de Rui. Do ponto de vista da organização da chapa, eu acredito que dois ou três nomes, é o cenário mais provável. A depender também do que a gente sinta nas pesquisas eleitorais, o aspecto ideológico que a cidade está apresentando. A sociedade vai querer votar numa candidatura mais conservadora, outra mais de esquerda, vai ter espaço para uma candidatura mais de centro-esquerda. Qual que vai ser esse desenho? Eu acho que ou teremos um jogo de embate direto, um contra um, ou vamos ter duas ou três candidaturas na base do governo pra gente poder marchar separado, mas golpear juntos”.
