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Para favorecer suplente, PT quer adiar saída de Afonso Florence na Casa Civil após nomeação de Josias Gomes ao TCE
Para favorecer suplente, PT quer adiar saída de Afonso Florence na Casa Civil após nomeação de Josias Gomes ao TCE
Por Política Livre
12/12/2025 às 11:53
Atualizado em 12/12/2025 às 17:42
Foto: Arquivo/Câmara
Elisângela Araújo
Com a confirmação da indicação do deputado federal Josias Gomes (PT) ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), oficializada na noite de ontem (11) e antecipada pelo Política Livre (clique aqui para ler), o PT já articula o próximo passo: manter o deputado federal licenciado Afonso Florence (PT) à frente da Casa Civil até abril de 2026, prazo limite da desincompatibilização para quem vai concorrer no pleito de outubro.
A permanência de Afonso no cargo é considerada estratégica para permitir que a segunda suplente do partido, Elisangela Araújo, assuma o mandato na Câmara nos primeiros quatro meses do próximo ano. Assim, ela disputaria para deputada federal com um pouco mais de musculatura.
Jerônimo já sinalizou que pretende fazer a reforma administrativa, promovendo a saída dos auxiliares que serão candidatos, entre dezembro deste ano e janeiro de 2026. Mas estaria disposto a abrir uma exceção no caso de Afonso Florence, que comanda uma pasta responsável por projetos estratégicos, a exemplo do VLT e da nova rodoviária de Salvador.
Vale frisar que Elisangela sempre foi próxima do senador Jaques Wagner (PT), de quem já foi assessora. Ela vinha cogitando, segundo apurou o site, migrar para outro partido da base do governo, insatisfeita com a preferência de Wagner e dos dirigentes petistas baianos pela candidatura de Lucas Reis (PT), chefe de gabinete do senador, a deputado federal. Se assumir temporariamente o mandato, a tendência é que fique na legenda.
A indicação de Josias Gomes ao TCE foi defendida internamente pelo próprio PT justamente para abrir caminho à ascensão de Elisangela. A expectativa da sigla era que a nomeação ocorresse há meses atrás, mas o processo ficou paralisado por mais de um ano devido ao imbróglio jurídico envolvendo a vaga aberta com a morte do conselheiro Pedro Lino, em setembro de 2024.
A primeira escolha de Jerônimo para o TCE entre os petistas não era Josias, mas sim Afonso Florence, como revelou o Política Livre em fevereiro deste ano (clique aqui para ler). Porém, diante da insegurança jurídica e da demora para que o Supremo Tribunal Federal (STF) resolvesse a disputa sobre quem teria direito à indicação, pleiteada também pelos auditores da Corte de contas, Afonso recusou.
No arranjo atual, Josias é o primeiro suplente da chapa. Elisangela, que já foi secretária de Políticas para as Mulheres de Jerônimo, a segunda. Josias assumiu o mandato apenas porque Afonso está no secretariado, mas nunca teve controle total da estrutura parlamentar — nem sobre nomeações, nem sobre a destinação de emendas. Já Elisangela chegou a assumir a cadeira na Câmara nas eleições, quando o deputado Zé Neto (PT) tirou licença para se dedicar à campanha para prefeito de Feira de Santana, da qual foi derrotado.
Resistência na Assembleia
A expectativa é que a indicação de Josias Gomes ao TCE seja aprovada na Assembleia, pois o governo tem maioria. Mas como já mostrou o site, o caminho do petista será turbulento. Há um movimento entre parlamentares governistas, em conjunto com a oposição, contrário ao petista (clique aqui para ler).
A votação deve ocorrer terça-feira (16), primeiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, em seguida, no plenário, em voto secreto. No mesmo dia, a Casa também deve votar a indicação do deputado federal Otto Alencar Filho (PSD), já aprovado na CCJ. O suplente de Otto é Charles Fernandes (PSD), que deixou recentemente a cadeira após a saída do correligionário Sérgio Brito da Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra).
