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Lula diz que Brasil criará fundo para a transição energética com recursos de combustíveis fósseis

Lula diz que Brasil criará fundo para a transição energética com recursos de combustíveis fósseis

Presidente afirma ser válido países em desenvolvimento direcionarem lucros com petróleo para medidas de mitigação

Por Pedro Lovisi/Folhapress

07/11/2025 às 17:30

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil/Arquivo

Imagem de Lula diz que Brasil criará fundo para a transição energética com recursos de combustíveis fósseis

O presidente Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (7) que o Brasil criará um fundo com recursos provenientes da extração de combustíveis fósseis, como o petróleo, para financiar a transição energética do país. O anúncio foi feito na Cúpula do Clima, em Belém, evento que antecede o início oficial da COP30.

Em discurso para autoridades de mais de cem países, ele não citou o interesse da Petrobras em extrair petróleo na Foz do Amazonas, mas disse que é válido países em desenvolvimento direcionarem parte dos lucros com a exploração de petróleo para a transição energética.

"O Brasil estabelecerá um fundo dessa natureza para financiar o enfrentamento da mudança do clima e promover justiça climática", disse.

Antes, ele já havia defendido "um processo justo, ordenado e equitativo de afastamento dos combustíveis fósseis", seguindo a ideia do governo brasileiro de que a corrida pela descarbonização dos países em desenvolvimento deve ter velocidade distinta da dos países ricos.

Ele também criticou o financiamento de bancos à indústria de combustíveis fósseis. Segundo o presidente brasileiro, os 65 maiores maiores bancos do mundo se comprometeram no ano passado a conceder US$ 869 bilhões para o setor de petróleo e gás.

"Desde a adoção do acordo de Paris, a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética global diminuiu apenas de 83% para 80%", disse. "A Terra não comporta mais o modelo de desenvolvimento baseado no uso intensivo de combustíveis fósseis que vigorou nos últimos 200 anos".

Lula criticou ainda os investimentos recentes em defesa dos países desenvolvidos e disse que "gastar com armas o dobro do que destinamos à ação climática é pavimentar o caminho para o apocalipse climático".

O presidente pediu para os países aderirem ao Compromisso de Belém, que visa quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035. O governo, a indústria automobilística e o agronegócio brasileiros se apoiam nessa medida para aumentar a demanda global por biocombustíveis do país.

Nessa linha, Lula defendeu a adesão de etanol nos setores industrial e de transporte. "Somos pioneiros no desenvolvimento de motores flexíveis e o segundo maior produtor mundial de biocombustíveis; nossa gasolina tem 30% de etanol em sua composição e nosso diesel conta com 15% de biodiesel", afirmou. "O etanol é uma alternativa eficaz e imediatamente disponível para adoção nos setores mais desafiadores, como a indústria e os transportes".

Ainda que indiretamente, ele ainda aproveitou para criticar as pressões do governo dos EUA para adiar em um ano a precificação de descarbonização discutida pela Organização Marítima Internacional. "É lamentável que pressões e ameaças tenham levado a Organização Marítima Internacional a adiar esse passo", disse.

Em outubro, após forte influência do governo de Donald Trump, os países-membros da organização votaram para adiar a medida, vista pelo governo brasileiro como uma forma de aumentar a demanda por biocombustíveis —dentro das negociações, é discutida a ideia de navios cargueiros serem abastecidos com etanol.

Lula também afirmou que países em desenvolvimento precisam participar de toda a cadeia de valor dos minerais críticos, matérias-primas para tecnologias da transição energética, como turbinas eólicas, placas solares e fios condutores. Segundo ele, isso é importante para gerar emprego e renda nesses países, que abrigam a maior parte dos minerais críticos.

Por fim, ele defendeu a implementação do acordo de Dubai para triplicar a produção de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030 e insistiu que a eliminação da pobreza energética deve estar no centro do debate.

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