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Brasil precisa debater se quer 'legislação de guerra em tempos de paz', diz Gakiya

Brasil precisa debater se quer 'legislação de guerra em tempos de paz', diz Gakiya

Por Folhapress

11/11/2025 às 12:55

Foto: Divulgação/Arquivo

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O promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, afirma que é necessário um debate público mais longo e qualificado sobre o parecer do deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) para o projeto de lei antifacção, descrito como "uma legislação de guerra em tempos de paz". A proposta, que foi apresentada na última sexta-feira (7) e pode ir à votação nesta terça (11), equipara as penas previstas para facções criminosas e organizações terroristas.

Considerado um dos maiores especialistas na facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), Gakiya demonstrou preocupação com trechos do texto como a ausência dos Ministérios Públicos como órgão competente para investigar o crime organizado, a limitação da atuação da PF (Polícia Federal) no tema, e a previsão de que o governo federal designe a PF para atuar em conjunto com órgãos locais apenas "mediante provocação do governador do Estado".

Após as críticas do governo, Derrite apresentou na noite desta segunda (10) um substitutivo que permite à PF investigar facções, mediante parceria ou comunicação prévia a autoridades estaduais —o que é visto como problemático por especialistas.

Gakiya, no entanto, elogiou trechos do projeto que permitem apreensão e perda de bens antes da condenação penal, o aumento do período de cumprimento de pena em regime fechado e a proibição de fiança, liberdade provisória, livramento condicional ou indulto para quem integra facções criminosas. O promotor disse que um debate público mais amplo é necessário para chegar a um formato ideal para o projeto.

"Se a proposta do governo [federal] acabava privilegiando a Polícia Federal em detrimento das polícias estaduais e dos Ministérios Públicos, a do Derrite praticamente deixa essas investigações de todas as facções a cargo das Polícias Civis estaduais, e a atuação da Polícia Federal seria subsidiária", disse Gakiya. "Haveria a exclusão da Polícia Federal na investigação de crimes que ela já investiga."

Ele compara proposta a uma legislação de guerra, nos termos da própria justificativa que Derrite apresentou para sua proposta.

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