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Indicação de filho de Otto ao TCE enfraquece PSD em disputa por chapa de Jerônimo, por Raul Monteiro*
Indicação de filho de Otto ao TCE enfraquece PSD em disputa por chapa de Jerônimo, por Raul Monteiro*
Por Raul Monteiro*
04/12/2025 às 08:53
Atualizado em 04/12/2025 às 19:55
Foto: Bruno Spada/Arquivo/Câmara
Otto Filho
A família Alencar, seguida do governador, que ontem a confirmou sem qualquer contestação, pode até ter naturalizado a futura indicação do deputado federal Otto Filho (PSD) para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), tratando-a como mais uma nomeação política na estrutura do Estado baiano. Mas seguramente não é desta forma que a sociedade deve estar encarando a escolha e muito menos a base aliada de Jerônimo Rodrigues (PT), para a qual o PSD, liderado pelo senador Otto Alencar, certamente queimou um cartucho importante que poderia utilizar para defender a reeleição do senador Angelo Coronel na chapa governista, em 2026.
De fato, excluindo-se a imagem de cemitério político com que as cortes de contas - uma aberração na estrutura do Estado moderno que sobrevive ainda apenas em algumas unidades da federação brasileira -, passaram há muito tempo a ser vistas, o cargo repleto de privilégios com que o filho de 48 anos de idade de Otto será presenteado pode ser considerado até superior a um mandato de senador. Afinal, é vitalício, dispensando renovação por meio do voto, tem remuneração equivalente, dá a seu detentor uma posição de destaque e poder no Estado, além de várias mordomias, sem contar que não exige os aborrecidos deslocamentos de avião até Brasília.
Por esta razão, vários partidos, ainda que não tenham se pronunciado e nem pretendam se manifestar publicamente sobre o tema para não ferir a relação com o pai do contemplado, o que não significa que não estejam reservadamente malhando os Alencar, acham que, ao viabilizar a indicação do filho de Otto, o PSD perde naturalmente o direito de pleitear posição na chapa de Jerônimo, restando-lhe o dever de abrir mão do espaço para uma das siglas aliadas. Entre elas, não se pode ignorar que esteja inscrito o próprio PT, cuja cobiça pelas duas vagas de senador, protagonizada pelos seus principais líderes, é sobejamente conhecida.
Mas não é apenas o partido do governador que se empenha na tarefa de pelas costas, além de atacar o 'filhotismo' contido na opção de Otto, bombardear o pleito de espaço na chapa pelo PSD. O movimento de Otto pode ter tido o condão, com efeito, de deixar tanto o senador Jaques Wagner quanto o ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa, mais tranquilos em relação ao projeto de ocuparem as duas vagas ao Senado. No entanto, o sentimento de que o PSD acaba de estourar a boca do balão ao colocar o filho de seu controlador no TCE se espalha das mais às menos expressivas legendas da coalizão governista.
A onda de críticas ao partido leva ao argumento de que por tratar-se de uma das agremiações mais bem aquinhoadas pelo governo, a qual já ocupa, além de secretarias importantes, a presidência da Assembleia, não se justifica mais nenhum tipo de concessão à legenda, o que inclui hoje até a vaga de vice de Jerônimo, uma das posições a que eventualmente se referiam como virtual destino do PSD no jogo da composição no caso de Wagner e Rui virem a disputar o Senado. E não adianta o partido de Otto argumentar que o PT fez o mesmo ao permitir que Rui indicasse a mulher, Aline Peixoto, ao cargo de conselheira do TCM.
*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna da Bahia.
3 Comentários
Pedro Neto
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04/12/2025
•
11:09
Sonia Garcia
•
04/12/2025
•
09:57
Duda Gomes
•
04/12/2025
•
07:45
É a Bahia......
