Fux defende aproximação do Judiciário com 'sentimento do povo'
Por João Pedro Abdo, Folhapress
24/10/2025 às 14:18
Atualizado em 24/10/2025 às 19:38
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux afirmou nesta sexta-feira (24) que a legitimidade das decisões judiciais depende da proximidade entre o juiz e o "sentimento do povo".
Em palestra na Fenalaw, feira jurídica realizada em São Paulo, Fux também defendeu a virtualização da Justiça e tratou da rapidez do processo eletrônico como "cumprimento da Constituição".
"O Judiciário deve contas à sociedade e quanto mais ele se aproxima do sentimento constitucional do povo, mais uma decisão se torna democraticamente legítima e mais ela será respeitada", disse o ministro, fazendo referência ao jurista alemão Peter Häbeler, falecido no dia 6 de outubro.
Quando indicou que mudaria de posição em relação aos casos do 8 de Janeiro, Fux afirmou que "debaixo da toga bate o coração de um homem". Ele também foi o único voto contrário na Primeira Turma do STF à absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo envolvimento na tentativa de golpe de Estado.
Na terça-feira (21), ele pediu ao presidente do STF Edson Fachin a mudança de turma. A manobra foi possível após aposentadoria de Luís Roberto Barroso. Sem apresentar motivação para o pedido, Fux não comentou o fato e saiu do evento sem falar com a imprensa.
O presidente da turma que agora abrigará Fux é o ministro Gilmar Mendes. Recentemente, ambos se envolveram em uma discursão nos bastidores do tribunal, e Gilmar chamou o colega de "figura lamentável". A mudança de órgão fracionário também lança dúvidas sobre processo ainda pendentes de julgamento.
