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Brasil aplaude plano de Trump para fim da guerra em Gaza, diz Mauro Vieira

Brasil aplaude plano de Trump para fim da guerra em Gaza, diz Mauro Vieira

Por Ricardo Della Coletta/Renan Marra/Lucas Alonso/Folhapress

01/10/2025 às 21:40

Foto: Lula Marques/Agência Brasil/Arquivo

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (1º) que o governo brasileiro vai aplaudir o plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de acabar com a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

Questionado por um parlamentar durante audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Vieira disse que o objetivo do plano é o mesmo defendido pelo Brasil em manifestações anteriores sobre o tema.

"Sem dúvida nenhuma vamos aplaudi-lo publicamente, possivelmente ainda no dia de hoje, porque o objetivo do plano é justamente o que nós sempre defendemos desde o início do conflito, quando inclusive ainda estávamos no Conselho de Segurança [da ONU]", disse o chanceler.

"Apresentamos resoluções nesse sentido, que foram, na ocasião, vetadas por um país-membro", continuou Vieira, sem nomear diretamente os Estados Unidos, que vetaram resoluções pedindo cessar-fogo no Oriente Médio em seis ocasiões diferentes.

"Justamente, a libertação dos reféns, o fim do conflito, o cessar-fogo imediato, a reconstrução de Gaza, o respeito aos direitos humanos, a ajuda humanitária, tudo isso está dentro das nossas linhas políticas. Sem dúvida nenhuma, o Brasil aplaude a iniciativa, e fazemos votos de que ela surta efeitos e seja aceita por todas as partes".

O presidente Lula criticou Israel várias vezes ao longo de seu mandato atual. No ano passado, ele chegou a ser declarado "persona non grata" depois de comparar as ações israelenses na Faixa de Gaza ao Holocausto nazista.

Apesar da crise na relação diplomática entre os países, o líder brasileiro manteve suas críticas a Israel. Ele disse várias vezes que há um genocídio em curso em Gaza, termo usado inclusive em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, no último dia 23.

Antes, em junho, afirmou que os defensores de Tel Aviv precisam parar de vitimismo e que a guerra é uma "vingança de um governo contra a possibilidade da criação do Estado palestino".

Em fevereiro, Lula também fez críticas à participação de Trump nas negociações sobre o conflito. O brasileiro afirmou que a proposta do republicano de deslocar os palestinos de Gaza e o plano de Washington de assumir o controle do território "não têm sentido".

Na ocasião, o presidente americano havia dito que "muitas pessoas" gostavam da "ideia de que os EUA ocupem aquele pedaço de terra e criem empregos" em Gaza, que se tornaria, em suas palavras, a "Riviera do Oriente Médio".

"Os palestinos vão para onde?", questionou Lula.

Trump anunciou, na segunda-feira (29), um plano para acabar com a guerra em Gaza, com o qual o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou ter concordado. A declaração foi dada à imprensa após reunião entre os líderes em Washington. Segundo Trump, se o Hamas concordar com a ideia, a guerra deverá acabar imediatamente —o grupo terrorista, no entanto, ainda não deu seu parecer formal.

Membros da facção disseram sob anonimato a agências de notícias internacionais que há pontos na proposta incompatíveis com suas demandas. O Hamas tem reservas principalmente quanto aos pontos que falam sobre o desarmamento do grupo e à retirada de Israel da Faixa de Gaza e estaria estudando a possibilidade de propor emendas.

Na terça-feira (30), Netanyahu disse que, ao menos em um primeiro momento, as tropas israelenses permaneceriam na maior parte de Gaza mesmo se o acordo entrasse em vigor. "O mundo inteiro, incluindo o mundo árabe e muçulmano, está pressionando o Hamas a aceitar as condições que estabelecemos com o presidente Trump: libertar todos os nossos sequestrados –vivos e mortos– enquanto as Forças de Defesa de Israel permanecem na maior parte do território".

O presidente americano, por sua vez, deu ao grupo terrorista "de três a quatro dias" para que aceite o plano anunciado. Caso a proposta seja rejeitada, Trump disse que haverá "um fim muito triste".

Antes, na ocasião da divulgação, o americano foi mais categórico. "Se o Hamas recusar o acordo... isso é possível, mas acho que eles aceitarão. Caso contrário, Israel terá meu total apoio para fazer o que for preciso para destruir o Hamas." Questionado se havia espaço para mais negociações, ele respondeu: "Não muito".

O plano especifica um cessar-fogo imediato, a troca de todos os reféns mantidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos detidos por Israel, a retirada por etapas das tropas israelenses de Gaza, o desarmamento do grupo terrorista e a introdução de um governo de transição liderado por um organismo internacional.

A proposta apresentada prevê ainda que Trump será o chefe do "Conselho da Paz", que incluirá Tony Blair, ex-primeiro-ministro do Reino Unido —em nota, o político britânico chamou o plano de "corajoso e inteligente".

O "Conselho da Paz" seria responsável por supervisionar o futuro governo de Gaza, que seria comandado temporariamente por um "comitê palestino de transição, tecnocrático e apolítico". Esse colegiado, por sua vez, administraria os serviços no território.

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