Home
/
Noticias
/
Economia
/
“Carta de Salvador” deve dar régua e compasso à transição energética no país, diz Deyvid Bacelar
“Carta de Salvador” deve dar régua e compasso à transição energética no país, diz Deyvid Bacelar
Por Redação
24/07/2025 às 15:31
Foto: Divulgação

Organizações civis e entidades sindicais divulgaram nesta quinta-feira (24) a “Carta de Salvador”, documento elaborado após a realização, na capital baiana, do seminário “A Transição Energética no Brasil: Caminhos Possíveis e Participação Social”.
Participante da elaboração do documento, o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, defendeu um diálogo frequente com todas as lideranças comunitárias, indígenas, ribeirinhas e quilombolas em todos os municípios brasileiros, antes da implantação dos projetos de transição energética no país.
Bacelar é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) do governo Lula – o chamado “Conselhão” –, e considera fundamental garantir a soberania alimentar da população, “porque isso ainda é a principal prioridade, já que nenhuma transição energética será justa se não houver comida, justiça social e reparação histórica. Para haver sustentabilidade, a segurança alimentar e a segurança energética precisam caminhar juntas”.
De acordo com o documento, a crise climática e ecológica impulsiona o debate público sobre a necessidade de promoção da descarbonização da matriz energética mundial e avanço em direção a uma economia de baixo carbono. Bacelar elogiou uma série de iniciativas que estão em andamento na Petrobras, como o programa Autonomia e Renda, cujo foco é a qualificação profissional de pessoas em situação de vulnerabilidade social e moradoras no entorno das regiões onde a empresa realiza suas atividades. “Esse programa está possibilitando emprego e renda principalmente a mulheres, povos indígenas, ribeirinhos, comunidades tradicionais e quilombolas”, afirmou Bacelar.
A Petrobras, disse Deyvid, está presente com 50 projetos em todas as regiões e biomas do país, em uma rede de fortalecimento de práticas sustentáveis. Ele cita o projeto Fogão no Mar, onde a empresa apoiou a criação do “fogão ecoeficiente”, que melhorou a qualidade de vida e do meio ambiente para 5,3 mil famílias de pescadores e marisqueiros de comunidades quilombolas no Recôncavo Baiano. O modelo utiliza uma base de metal recoberta por tijolos refratários, que aumenta o isolamento térmico e melhora a transferência de calor para os alimentos. O projeto reduziu em mais de 70% o uso de lenha seca e diminuiu a emissão dos gases de efeito estufa, além de evitar problemas de saúde oriundos da fumaça, como inflamação nos olhos, tosse e até enfisema pulmonar.
Deyvid destacou também que a exploração da Margem Equatorial será importante para garantir a transição energética justa nos estados da região Norte e Nordeste. Para ele, o potencial da exploração de óleo e gás e da geração das energias renováveis em ambas as regiões será um canal de crescimento econômico, inclusão social, proteção ambiental, interação regional, atração de investimentos, geração de emprego e renda e melhoria de infraestrutura. “A Petrobras está promovendo uma transformação em suas operações buscando zerar as emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) em suas nossas atividades. Mas assim como a Petrobras, é fundamental que outras empresas saibam conciliar a transição energética justa com a exploração responsável de óleo e gás no país. Os campos de petróleo do pré-sal, por exemplo, têm uma das menores intensidades de emissão operacionais do mundo”, explicou Bacelar.
Até 2030, a Petrobras pretende reduzir em 30% as emissões de carbono em comparação com 2015. A empresa informa também que está produzindo uma nova geração de combustíveis que serão mais modernos e sustentáveis, como o diesel com conteúdo renovável (Diesel R) e o bioquerosene de aviação (BIOQAV), dois combustíveis que podem ser produzidos a partir da mistura de petróleo com óleo vegetal.
