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Coronel confirma indícios, mas diz que caberá a peritos analisar se houve crime eleitoral em perfil ligado a Eduardo Bolsonaro
Coronel confirma indícios, mas diz que caberá a peritos analisar se houve crime eleitoral em perfil ligado a Eduardo Bolsonaro
Por Raiane Veríssimo
06/03/2020 às 16:12
Atualizado em 06/03/2020 às 18:09
Foto: Ana Luiza Sousa

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, senador Angelo Coronel (PSD) confirmou, nesta sexta-feira (6), em entrevista exclusiva ao Política Livre, o documento que aponta indícios contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (sem partido-SP) após quebra de sigilo ligá-lo à conta de ataques virtuais. Segundo os dados que foram enviados pelo Facebook ao colegiado, a página chamada Bolsofeios, foi criada a partir de um computador da Câmara dos Deputados para estimular ataques contra adversários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Tenho que deixar bem claro que a minha função como presidente é de magistrado, de juiz. Eu não posso fazer juízo sem chegar ao final das investigações. Existe esses indícios, houve um perfil aberto no computador no gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro e foi enviado pelo Facebook. Aí caberá às investigações dos peritos sobre a procedência se esse perfil fez disparos em massa e também se fez campanha difamatória contra algum alvo”, pontua o senador.
A página teria ainda sido registrada por um telefone pelo secretário parlamentar Eduardo Guimarães, lotado no gabinete do filho do presidente. Além disso, o e-mail do registro é o mesmo utilizado pela assessoria do deputado para compras de passagens e reserva de hotéis através da cota parlamentar conforme consta na prestação de contas disponível no próprio site da Câmara. “Não podemos dizer aqui: olha, esse perfil que foi descoberto no gabinete do Eduardo cometeu esse ou aquele delito. Só no final das investigações. Foi descoberto o perfil, precisamos saber agora o que é que foi feito, um má conduta de alguém ou praticando algum delito eleitoral”, explica o parlamentar baiano.
Segundo Coronel, ao final da CPMI, será encaminhado o relatório que está segundo elaborado pela também baiana, deputada federal Lídice da Mata (PSB), para o Ministério Público Federal e o Conselho de Ética. “Com relatório conclusivo, vamos colocar as pessoas que ao nosso ver precisam ser indiciadas criminalmente. É enviado ao Ministério Público e, no caso se for de parlamentar, para o Conselho de Ética. Eu repito: o nosso papel é investigativo, não é punitivo. O Ministério Público também não pune, ele acata ou não as nossas peças de investigações, abre ou não o processo para que a Justiça Federal ou Supremo, se for parlamentar. Nesse caso ainda, cabe o encaminhamento para o Conselho de Ética fazer o julgamento da perda ou não do mandato”, destacou.
Logo após a divulgação desses dados, o próprio Eduardo Bolsonaro divulgou um vídeo em suas redes sociais no qual diz que o tal perfil é de sátira, faz brincadeira com ele próprio, e seu assessor continuará no cargo. Questionado pelo Política Livre sobre o assunto, Coronel afirmou que não chegou a ver. “Mas sempre digo que contra fatos não há argumentos. Se ficar comprovado a culpabilidade do deputado, serão tomadas todas as medidas para o Conselho de Ética e Ministério Público. Mas caberá o deputado a ampla defesa caso no relatório final tenha algum pedido de indiciamento contra ele”, completou o senador.
