Camisa de Vênus provou que Macalé também era rock, por Pacheco Maia*
Por Pacheco Maia
17/11/2025 às 20:11
Atualizado em 17/11/2025 às 23:56
Foto: Divulgação/Arquivo
Jards Macalé, um dos malditos da MBP, morreu nesta segunda-feira, aos 82 anos. Apesar da riqueza musical de sua obra só uma banda a converteu em rock ‘n’ roll. E não foi nenhuma da turminha de Brasília nem do rock de bermudas do Rio, tampouco de São Paulo e dos Pampas.
Mas a baiana Camisa de Vênus, que, em 2025, completou 45 anos e continua em atividade com o som e a fúria de quem nunca traiu a essência do rock.
Líder do grupo de “punks baianos” que desembarcou no Sul Maravilha nos anos 1980, Marcelo Nova, ao incluir“Gotham City”, de Macalé e Capinam, no segundo álbum do Camisa, “Batalhão de Estranhos”, deu o recado de que a banda não era mais uma do esquema das gravadoras.
A versão da banda para “Gotham City” virou um clássico do rock brasileiro. E tornou-se hit, gerando inesperados direitos autorais a Macalé, que sempre agradecia a Marcelo pela gravação que popularizou a sua canção.
Teve ainda outra canção de Jards Macalé selecionada por Marcelo Nova para fazer parte do repertório do Camisa: “Farinha do Desprezo”. É uma das faixas de “Duplo Sentido”, álbum lançado em 1987. E uma terceira, “Só Morto”, gravada no álbum “Dançando na Lua”, de 2015.
Personalidade, independência e atitude marcam a longeva carreira do Camisa de Vênus, que inexplicavelmente vem sendo banida de sua terra natal: Salvador. Fato justificado apenas pela mediocridade dos produtores culturais da capital baiana
É bom lembrar que o azar é nosso pela ausência do Camisa de Vênus pelas plagas baianas. Marcelo Nova e cia continua botando para fuder em palcos pelo Sudeste, Sul e outras regiões do Brasil. E, ao contrário de alguns contemporâneos, não faz “bailes da saudade”. É “rock ‘n’ roll com assinatura”!
Pacheco Maia é jornalista*
1 Comentário
Felisberto Bulcão
•
18/11/2025
•
02:22
