Rede repudia chacina e acusa governo do Rio de Janeiro de fracasso na segurança pública

O diretório estadual da Rede Sustentabilidade divulgou nesta quinta-feira (30) uma nota pública manifestando “profundo repúdio” à operação policial no Rio de Janeiro, que resultou na maior chacina da história da cidade. O partido atribui o episódio ao “colapso das políticas de segurança pública” implementadas pelo governador Cláudio Castro (PL) e critica o que considera uma condução “midiática e letal” das ações policiais.

Na nota, a legenda afirma ser “inaceitável” que o combate ao crime organizado se traduza “ora no abandono das comunidades, ora em operações que terminam na matança indiscriminada de pessoas”. Segundo o texto, as ações recentes teriam vitimado não apenas suspeitos, mas também moradores, comerciantes e agentes de segurança.

“O que se presenciou ontem no Rio, exposto em uma pilha de corpos, foi uma demonstração clara da falência do sistema de segurança do governo bolsonarista”, afirma o comunicado. O partido sustenta que a resposta do Estado não pode ser “ceifar vidas de modo aleatório sob o pretexto de combate ao crime”.

A Rede defende que o enfrentamento ao crime organizado deve ocorrer de forma permanente, com a presença constante do Estado e respeito aos direitos humanos. “A violência policial não é a solução e apenas perpetua um ciclo de medo e insegurança”, destaca o partido, ao cobrar políticas públicas que ataquem as causas estruturais da violência, como a exclusão social e a corrupção estatal.

A legenda pede ainda uma “resposta efetiva e responsável” do governo fluminense, que priorize “a vida, a paz e a dignidade das comunidades cariocas”.

Leia abaixo a íntegra da nota da Rede Sustentabilidade:

Segurança sim, Violência nunca! 

A Rede Sustentabilidade vem à público manifestar seu profundo repúdio à violência que, mais uma vez, se manifestou de maneira aterradora nas ruas do Rio de Janeiro. 

Os recentes eventos, que chocaram o país e resultaram na maior chacina da história da cidade, expõem não apenas a tragédia humana que se abateu sobre os cidadãos, mas também o colapso das políticas de segurança pública implementadas pelo governo Cláudio Castro (PL).

É inaceitável que a resposta ao crime organizado seja,  hora o abandono das comunidades à própria sorte, hora ações midiáticas que resultam na matança indiscriminada de pessoas, especialmente em áreas vulneráveis e marginalizadas, vitimando supostos criminosos, mas também moradores, comerciantes e policiais civis e militares.

Essa conduta não só agrava o sofrimento das comunidades, como também deixa sem solução a raiz do problema da criminalidade, que exige soluções efetivas, permanentes e humanizadas, o que inclui coibir e punir a corrupção estatal e o compadrio político que estão na base da atividade econômica do crime organizado. 

O que se presenciou ontem no Rio, exposto em uma pilha de corpos, foi uma demonstração clara da falência do sistema de segurança do governo bolsonarista, onde vidas foram ceifadas, ao que tudo indica de modo aleatório, sob o pretexto genérico de combate ao crime.

Reiteramos que o combate ao crime organizado deve ser uma prioridade e que não concebemos qualquer área do território nacional sem a presença do estado brasileiro ou controlado por qualquer tipo de facção. No entanto, a presença das forças de segurança devem significar tranquilidade e proteção para a população e não atentar contra à dignidade de cada pessoa.

A violência policial não é a solução e apenas perpetua um ciclo de medo e insegurança. O Estado deve agir com responsabilidade, buscando a presença permanente e não operações esporádicas em territórios abandonados ao comando de forças criminosas. Segurança tem que priorizar a proteção da vida e a promoção da justiça.

A Rede Sustentabilidade defende a implementação de políticas públicas que respeitem os direitos fundamentais, promovam a inclusão social e abordem as causas estruturais da violência. Chega de operações que resultam em chacinas. 

Exigimos uma resposta efetiva e responsável do governo do estado do Rio, que priorize a vida e a paz nas comunidades cariocas.

Rede Sustentabilidade
29 de outubro de 2025