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Moraes dá indireta a Mendonça e compara pedir autocontenção do Judiciário a 'coisa de ditador'

Moraes dá indireta a Mendonça e compara pedir autocontenção do Judiciário a 'coisa de ditador'

Por Yuri Eiras/Stéfanie Rigamonti/Folhapress

22/08/2025 às 18:47

Foto: Victor Piemonte/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal)

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes afirmou nesta sexta-feira (22) que autocracias usam o "falso lema" da autocontenção de setores como imprensa e Judiciário.

A fala ocorreu no Fórum Empresarial Lide, no Rio de Janeiro, horas após o ministro do STF André Mendonça dizer, no mesmo evento, que o Judiciário precisa de autocontenção.

Moraes não citou diretamente o colega, mas disse que "somente nas autocracias o autocrata pode querer exercer sua liberdade sem limites e não ser responsabilizado".

"E por que isso? Nessas autocracias, sob o falso lema de que deve haver uma compreensão de determinados setores, como imprensa e Judiciário, acabou-se com a liberdade de imprensa e foram afastados milhares de juízes, sob o falso lema de que eles precisam se autoconter. Isso é coisa de autocrata. Isso é coisa de ditador", afirmou Moraes.

A fala do ministro teve ainda outros aparentes contrapontos ao discurso anterior do colega de STF. Depois de Mendonça afirmar que "o bom juiz deve ser reconhecido pelo respeito, não pelo medo", Moraes disse que "o respeito se dá pela independência".

"O Judiciário vassalo, covarde, que quer fazer acordo para que o país momentaneamente deixe de estar conturbado não é um Judiciário independente", disse Moraes.

O ministro do STF, pivô de sanções do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e de ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus familiares, fez discurso lembrando momentos de tentativa de ruptura da democracia no país.

Segundo ele, o Brasil, desde a redemocratização, soube "reagir às turbulências". Moraes não fez menções diretas a Bolsonaro, ou à Lei Magnitsky, da qual foi alvo, que sanciona violadores de direitos humanos nos EUA.

"Num país que infelizmente tem um histórico de golpismo, temos 37 anos de Estado democrático de Direito e estabilidade institucional. Não significa tranquilidade, ou como na Aeronáutica se diz, céu de brigadeiro. Mas temos mecanismos importantes, instrumentos necessários para garantir a normalidade".

O ministro teve um cartão de crédito de bandeira dos Estados Unidos bloqueado em razão da Lei Magnitsky. Em troca, a instituição financeira da qual ele é cliente ofereceu a Moraes um cartão da bandeira brasileira Elo.

Leia também: Mendonça diz que Judiciário precisa de autocontenção e repete discurso de críticos a STF e Moraes

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