Hugo Motta ignora confusão na Câmara e prioriza agendas na PB
Por Danielle Brant, Folhapress
05/08/2025 às 16:35
Atualizado em 05/08/2025 às 19:48
Foto: Divulgação/Arquivo
Na retomada dos trabalhos legislativos após o recesso parlamentar, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), marcou agendas na Paraíba, seu estado natal, e deixou a Casa mergulhada em confusão, em meio a uma disputa de pauta entre governo e oposição.
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fizeram uma coletiva na rampa do Congresso no final da manhã desta terça-feira (5). O vice-presidente, Altineu Côrtes (PL-RJ), ameaçou pautar o projeto da anistia na ausência de Motta, que passou a manhã na agenda "habilitações no Hospital Regional de Patos", cidade governada por seu pai, Nabor Wanderley (Republicanos).
A oposição, após entrevista coletiva na rampa do Congresso, passou a ocupar a Mesa Diretora da Câmara para impedir a abertura da sessão legislativa. Isso deu início a um atrito com governistas. No embate que se seguiu, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), tentou falar com Hugo para resolver o impasse e abrir a sessão do dia.
O primeiro secretário da Mesa, Carlos Veras (PT-PE), também falou com o presidente da Câmara. Governistas cogitavam pedir a Veras para abrir a sessão, como forma de colocar fim à ocupação da Mesa Diretora.
Apesar da confusão, Hugo Motta manteve a agenda que tinha em João Pessoa na tarde desta terça. Ele participou da inauguração do Hospital da Mulher D. Creuza Pires. Segundo deputados, o presidente da Câmara teria ainda um compromisso no Ceará nesta quarta-feira (6), dia em que a Casa costuma ter sessões de comissões e no plenário. A assessoria diz que se tratava de uma pré-agenda e que já estava decidido às 8h da manhã que ele mandaria um vídeo ao evento.
Hugo, segundo parlamentares, é pré-candidato ao Senado pela Paraíba. Na volta do recesso parlamentar os deputados terão que lidar com temas espinhosos como o tarifaço imposto pelo americano Donald Trump e também pela repercussão da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de determinar a prisão domiciliar de Bolsonaro.