Cientistas da Fiocruz repudiam sanções de Trump e defendem governo e Moraes
Por Mônica Bergamo, Folhapress
04/08/2025 às 14:50
Foto: Rosinei Coutinho/STF/Arquivo

Um grupo de 15 pesquisadores e professores eméritos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou um abaixo-assinado em defesa da soberania nacional e da democracia. No documento, eles expressam "veemente repúdio" às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, além de críticas à utilização da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras.
Os signatários —entre eles quatro membros da Academia Brasileira de Ciências, um da Academia Nacional de Medicina e três ex-presidentes da Fiocruz— afirmam que a medida do governo norte-americano é "unilateral e prejudicial aos interesses econômicos e científicos do Brasil" e afeta a capacidade do país de desenvolver projetos e cooperar internacionalmente.
O grupo também presta apoio ao governo federal, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, em especial, ao ministro Alexandre de Moraes "em sua defesa das instituições democráticas e do Estado de Direito, diante de tentativas de desestabilização e ataques infundados".
O abaixo-assinado ainda critica o comportamento do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está em autoexílio nos EUA desde março, afirmando que suas atitudes "promovem a desarmonia social e institucional". Os eméritos apoiam os movimentos que pedem a cassação do mandato do parlamentar.
Entre os que assinam o texto estão a ex-ministra da Saúde Nísia Trindade, os ex-presidentes da Fiocruz Paulo Buss e Akira Homma, e o pesquisador Renato Cordeiro, membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Também subscrevem nomes como Cecília Minayo, Francisco Viacava, Euzenir Sarno e Alzira Almeida.
"Reafirmamos nosso compromisso com a ciência, a saúde pública, a educação, o meio ambiente e a defesa intransigente da democracia, da soberania nacional e do respeito às instituições", concluem os autores do manifesto.
