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Lula vai esperar 'dia D' do tarifaço para decidir sobre medidas de socorro; veja o que está em jogo
Lula vai esperar 'dia D' do tarifaço para decidir sobre medidas de socorro; veja o que está em jogo
Por Alvaro Gribel/Estadão
28/07/2025 às 21:30
Foto: Ricardo Stuckert/PR

A equipe econômica apresentou nesta segunda-feira, 28, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o cardápio de medidas para proteger os setores mais afetados pelo tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além de cenários com possíveis efeitos em caso de retaliação por parte do Brasil.
A decisão sobre o que será feito, contudo, caberá a Lula e só ocorrerá após a publicação da ordem executiva de Trump com o detalhamento do tarifaço, previsto para entrar em vigor nesta sexta-feira, 1º de agosto.
Segundo integrantes da equipe econômica ouvidos pela reportagem, há uma vasta gama de propostas em estudo que levarão em conta não só a legislação brasileira, como também as leis de comércio internacional.
A ideia é munir o presidente Lula com o máximo de informações consolidadas para que ele possa fazer o “recorte” que achar necessário, depois de ouvir as pastas envolvidas nas negociações, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Entre as propostas sobre a mesa estão a liberação de crédito subsidiado e a redução de impostos, além de redução da jornada de trabalho e injeção direta de recursos, com abertura de crédito extraordinário. Nem todas as ideias são recomendadas pela Fazenda, mas serão apresentadas a Lula, porque o entendimento é de que o presidente precisa ter uma visão ampla sobre o problema.
O ministério chegou a traçar um cenário específico sobre os efeitos de retaliação via aumento de tarifas contra os americanos, e chegou à conclusão de que esse não era o melhor caminho a ser seguido pelo governo. Esse panorama, portanto, não será recomendado pela pasta, mas também será levado a Lula. Como mostrou o Estadão, o fim de patentes de medicamentos, por exemplo, é uma das propostas de retaliação que foram aventadas.
O entendimento é de que é impossível tomar qualquer tipo de decisão antes da publicação da ordem executiva, que é o documento oficial dos EUA com o detalhamento das medidas.
Entre os setores afetados, por exemplo, ainda há a expectativa de que aço e alumínio fiquem excluídos da nova tarifa, já que desde junho eles já vêm pagando uma sobretaxa de 50%.
Na Fazenda, umas das preocupações é de que a ajuda seja bem delimitada, para não abrir brecha para medidas que possam agravar o quadro fiscal. Integrantes da pasta lembram que o governo atuou para acabar com o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), aprovado durante a pandemia. A ideia, portanto, é prover ajuda para conter danos econômicos, mas sem criar fontes permanentes de despesas.
