Inema apresenta ao MPF estrutura do CETAS e nova área de reabilitação em parceria com o Ibama

O trabalho de proteção e manejo da fauna silvestre na Bahia deu mais um passo importante na gestão ambiental baiana, nesta quinta-feira (31), com a visita da procuradora da República, Vanessa Previtera, ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) de Salvador, administrado pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Acompanhada pelo superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na Bahia, Bruno Martinez, e por gestores do Inema e da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), a representante do Ministério Público Federal (MPF) conheceu de perto o novo espaço do CETAS que será cedido ao Ibama, por meio de um acordo de cooperação técnica, a fim de otimizar o trabalho de reabilitação e soltura de animais silvestres.

O secretário do Meio Ambiente, Eduardo Mendonça Sodré Martins, que participou da visita e apresentou a estrutura à promotora, destacou que a integração fortalece a política ambiental do estado e evita a sobreposição de estruturas. “O Estado tem investido na melhoria dos espaços de atendimento à fauna, e esta parceria com o Ibama representa eficiência e cuidado. Em vez de duplicar estruturas, estamos somando esforços para oferecer tratamento, reabilitação e soltura de forma integrada, fortalecendo a conservação da nossa biodiversidade”, afirmou.

A diretora-geral do Inema, que também acompanhou a visita, destaca que, mesmo com espaços físicos diferenciados, o CETAS atuará como uma unidade única. “Hoje o CETAS é formado por servidores federais e estaduais, trabalhando como uma só equipe. Com a ativação desse espaço, teremos um fluxo integrado, mantendo o CETAS como uma única estrutura de acolhimento e soltura, só que maior e com mais efetividade”, explicou Maria Amélia Lins.

Durante a visita, a procuradora conheceu o berçário, onde filhotes órfãos são alimentados com contato mínimo para facilitar o retorno à natureza; a clínica veterinária, equipada para triagem e cirurgias de emergência; e a área de reabilitação onde os animais passam pela última etapa antes da soltura.

“A ideia é ampliar nossa capacidade de atendimento e melhorar as taxas de soltura. Vamos ampliar a nossa capacidade de acolhimento da fauna silvestre com o aporte técnico e de equipamentos trazidos pelo Ibama. Essa cooperação vai fortalecer todo o processo, desde o primeiro atendimento até a soltura dos animais”, afirmou Jeanne Sofia Tavares, gestora da Diretoria de Sustentabilidade e Conservação do Inema (DISUC) do Inema.

Para a promotora Previtera, essa parceria vem um momento de unir esforços para se conseguir alcançar resultados ainda melhores. “O Ministério Público Federal, especialmente eu quando tomei conhecimento dessa parceria do Inema com o Ibama, a gente tem a pretensão de ajudar a viabilizar esse projeto, fomentando acordos que possam reverter a verba justamente para esse projeto, e com isso viabilizar, que cresça e se possa fazer um trabalho ainda melhor, tanto na recuperação desses animais quanto na soltura”, salientou.

Trabalho integrado e ampliação de solturas

Atualmente, a média de soltura dos animais silvestres triados pelo CETAS, recebidos por meio de resgate, entrega voluntária pela população ou apreendidos em ações de fiscalização ambiental, é de apenas 50%. Segundo Vinícius Dantas, coordenador de Fauna do Inema, a expectativa é de que essa parceria com o Ibama otimize esse número, ampliando as chances de retorno dos animais atendidos à vida livre.

“A gente tem em média 5 mil animais por ano. Somando os dois CETAS estaduais, são cerca de 10 mil. Ano passado foram quase 12 mil, mas a taxa de soltura ainda é baixa. Queremos aumentar. Essa parceria permite uma divisão clara de tarefas, o Inema realiza o acolhimento e tratamento, enquanto o Ibama foca na reabilitação e no preparo para a vida livre”, destacou.

O superintendente do Ibama, Bruno Martinez, salientou que o objetivo da visita é tornar conhecido, por parte de acordos e transações que possam ocorrer no âmbito do judiciário, o desenvolvimento das ações que serão desenvolvidas no espaço. “O foco hoje foi fortalecer as ações conjuntas e apresentar ao MPF nossas necessidades de estrutura e pessoal, essenciais para que possamos aprimorar cada vez mais o atendimento à fauna”, afirmou.