Após o ataque americano que matou o general iraniano Qassim Suleimani na madrugada desta sexta-feira (3), em Bagdá, no Iraque, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu "severa vingança" e anunciou três dias de luto nacional. "O martírio é a recompensa por seu trabalho incansável durante todos esses anos", escreveu no Twitter. "Uma vingança implacável aguarda dos criminosos que encheram suas mãos com seu sangue e o de outros martíres."
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, também prometeu vingança "por esse crime horrível dos criminosos Estados Unidos". Em um comunicado, ele disse ainda que a morte de Suleimani "redobra a determinação da nação iraniana e de outras nações livres da região de se opor à intimidação dos Estados Unidos e defender os valores islâmicos".
O ministro das relações exteriores do país, Javad Zarif, condenou a ação e exigiu que os EUA sejam responsabilizados. "O ato dos EUA de terrorismo internacional, localizando e assassinando o general Suleimani -a força mais efetiva no combate ao Daesh (Estado Islâmico), Al Nusrah, Al Qaeda e outros- é extremamente perigoso e tolo", afirmou Zarif em seu perfil no Twitter.
A crise é a mais grave escalada nas tensões entre os Estados Unidos e o Irã e colocou a comunidade internacional em alerta.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, demonstrou preocupação. "Este é um momento em que os líderes devem exercer o máximo de restrição. O mundo não pode permitir outra guerra no Golfo", disse seu porta-voz.
Para o presidente francês, Emmanuel Macron, que discutiu a situação com o russo Vladimir Putin, o Irã precisa evitar qualquer tipo de provocação. O porta-voz do Parlamento do Iraque, Mohammed al-Halbousi, condenou o ataque americano. "É uma flagrante violação da soberania e violação de acordos internacionais", afirmou.
Ordenada por Donald Trump, a ação resultou em ao menos nove vítimas. Entre elas, Abu Mahdi al-Muhandis, líder de uma milícia iraquiana favorável a Teerã. A Guarda Revolucionária, cuja unidade de elite, a Al Qods, era chefiada por Suleimani, disse que o ato fortaleceu a determinação de vingança. "A breve alegria dos americanos e dos sionistas se transformará em luto", disse o porta-voz Ramezan Sharif na televisão estatal.
O porta-voz do Hamas, Bassem Naim, responsabilizou os Estados Unidos pelas consequências. "O assassinato abre as portas para todas as possibilidades na região, exceto calma e estabilidade", diz a mensagem publicada no Twitter.
Na manhã desta sexta, o secretário de Estado do governo Trump afirmou à Fox News que o país continua comprometido com uma desescalada com o Irã, mas está preparado para se defender. Antes disso, Pompeo havia elogiado a ação em uma mensagem publicada no Twitter. "Iraquianos dançando na rua por liberdade, gratos porque o general Suleimani se foi", diz o texto.
