26 de dezembro de 2009 | 07:58

EXCLUSIVO: Peemedebistas temem que Paulo Souto “desidrate” em campanha

Peemedebistas acham que Geddel passará Souto durante a campanha ao governo

Partidários de Geddel acham que candidatura de Souto também é fundamental para a definição da eleição em dois turnos

Da mesma forma que a manutenção da candidatura do ministro peemedebista Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) ao governo baiano integra o plano de interesses estratégicos dos partidos que dão sustentação ao candidato Paulo Souto (DEM), que vêem nela a garantia de que a eleição será definida no segundo turno, o rumo que o democrata vier a assumir na sucessão baiana também virou motivo de atenção entre peemedebistas.

Guardadas as proporções, o motivo é praticamente o mesmo: eles acreditam que Geddel tem condições de superar o favoritismo de Souto no decorrer da campanha, alcançando o segundo lugar hoje ocupado por ele, mas acham que a permanência do ex-governador no jogo sucessório é fundamental para evitar que o governador Jaques Wagner liquide a eleição logo no primeiro turno.

“O PMDB tem uma única preocupação com relação à candidatura do ex-governador Paulo Souto: que ela desidrate a ponto de deixar de existir, prejudicando nossos planos de chegar ao segundo turno com Geddel disputando com Wagner”, diz um deputado peemedebista ao Política Livre, comparando a atual situação do ex-governador com a do ex-prefeito Antonio Imbassahy (PSDB) na sucessão municipal passada.

Com excelente recall decorrente de dois mandatos muito bem avaliados na Prefeitura de Salvador, o tucano Imbassahy entrou na campanha de 2008 liderando as intenções de voto, mas acabou esvaziando-se progressivamente até a eleição por falta de estrutura partidária. É o fenômeno que os peemedebistas dizem temer que se repita com Souto nos próximos meses.

Eles apontam uma justificativa para a preocupação: a forte ofensiva que as forças governistas fazem sobre prefeitos do DEM, um dos pilares da sustentação política necessária a qualquer candidatura que não se apresente potencialmente como favorita numa campanha eleitoral. “Sem estrutura partidária, fica difícil enfrentar uma campanha como a que se inicia”, diz a mesma fonte.

O PMDB sabe do que está falando quando se refere à ofensiva governista sobre prefeitos ligados a candidaturas adversárias. Na convenção que o partido realizou no domingo passado, agentes infiltrados do governo teriam contabilizado a presença de apenas 16 prefeitos, o que seria um sinal do “enfraquecimento” de Geddel. O presidente do PMDB, Lúcio Vieira Lima, alegou que os peemedebistas estavam todos presentes e que os 16 prefeitos vistos eram de partidos aliados.

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