22 de dezembro de 2009 | 20:10

DEM e PSDB apostam em eleição com dois turnos para eleger Paulo Souto

Para tucanos e democratas, manutenção de Geddel é fundamental para virar jogo contra Wagner (crédito: Rafael Rodrigues)

Para tucanos e democratas, manutenção de Geddel é fundamental para virar jogo contra Wagner (crédito: Rafael Rodrigues)

Apesar de considerarem que, como em qualquer sondagem de caráter nacional, o DataFolha sobre a sucessão baiana divulgado hoje (ver aqui) comporta desvios que podem ampliar para mais ou menos a performance dos candidatos, setores do DEM e do PSDB avaliam que os números da pesquisa indicam, de fato, um favoritismo do governador Jaques Wagner (PT) e que a melhor estratégia para o democrata Paulo Souto é continuar apostando na realização do segundo turno para vencer as eleições.

Dentro dessa avaliação, seria fundamental a manutenção das candidaturas do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), que aparece em terceiro lugar, com 11% das intenções de voto, do radical candidato do Psol, Hilton Coelho, e até do emergente Luis Bassuma, que está se lançando pelo PV. Juntos, na avaliação de tucanos e democratas, os três absorveriam votos que poderiam ser despejados exclusivamente em Wagner, empurrando a definição da sucessão para o segundo turno.

O estratagema do PSDB e do DEM é baseado numa premissa: como as sondagens, de maneira geral, mostram a dificuldade de Souto de levar a eleição no primeiro turno, ele deveria apostar todas as fichas na realização do segundo, quando poderia ser imensamente beneficiado com a eventual eleição do candidato do PSDB à Presidência, José Serra. A vinculação com o presidente eleito o alavancaria rumo à vitória, promovendo uma inversão de tendências muito natural em eleições casadas.

“Por agora, Jaques Wagner se mantém seguro, apesar de seus índices de intenção de voto não serem os melhores, mas o cenário se tornará devastador para ele, caso seja forçado a ir para um segundo turno com José Serra eleito”, diz um deputado democrata ao Política Livre, relatando vários casos de eleições passadas em que candidatos favoritos no primeiro turno foram derrotados, no segundo, por adversários vinculados a presidentes eleitos.

Parte do interesse em manter Geddel no jogo já teria sido consumado com a presença maciça de tucanos e democratas na convenção em que o PMDB reelegeu, no domingo passado, o irmão do ministro, Lúcio Vieira Lima, para a presidência do partido. Seria o primeiro sinal de que os dois partidos ligados a Souto trabalham com o desejo de que o candidato do PMDB se fortaleça a ponto de ajudá-lo a empurrar a definição da eleição ao governo baiano para novembro do próximo ano.

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