25 abril 2024
Impressionante como a imprensa baiana engoliu a história de que a juíza Luislinda Valois será a primeira negra a assumir o cargo de desembargadora na Bahia e a vem propagando mundo afora. Antes de Luislinda, várias magistradas negras já passaram pela Corte baiana, que é considerada etnicamente plural, dadas as características do próprio Estado que representa. Além disso, está muito longe do razoável que alguém deseje se aposentar com todos os direitos e privilégios inerentes ao mais alto posto da magistratura no Estado tendo ocupado o cargo por menos de dois meses. Seguramente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não deve ter agido de forma racional e com o equilíbrio com que tem se pautado até aqui ao acatar liminar pedida por Luislinda para virar desembargadora a tão pouco tempo de sua aposentadoria. Equivale ao governador Jaques Wagner indicar ao Tribunal de Contas do Estado um amigo para o cargo de conselheiro que esteja a dois meses da aposentadoria só para que ele possa ter a certeza de deixar a vida laboral com todas as regalias que o cargo confere. Seria considerada séria a medida do governador? Francamente…