Foto: Mari Leal
Os senadores preferem aguardar a chegada do texto final 19 de julho de 2019 | 14:52

Reforma da Previdência: Senadores baianos pregam cautela e não antecipam voto

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Com o projeto da reforma da Previdência as vésperas de chegar ao Senado para votação final, os representantes baianos no Parlamento, senador Jaques Wagner (PT) e os pessedistas Otto Alencar e Angelo Coronel, durante visita do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), na manhã desta sexta-feira (19), a Fundação Dr. Jesus, pregam cautela e não antecipam voto.

Coronel, de forma sucinta, disse que: não adianta fazer futurologia sem o texto estar completamente aprovado”. Ele afirmou, entretanto, que governador Rui Costa (PT) foi um incentivador pela aprovação da reforma da Previdência, e que só orientou a base a votar contra mudanças relativas à concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), ao regime de aposentadoria do trabalhador rural, à desconstitucionalização da Previdência e ao regime de capitalização.

“O próprio governador em nenhum momento nos disse ‘Vamos votar contra sumariamente’. Nosso partido votou pensando no Brasil. Não estamos pensando no populismo ou no imediatismo político, mas mantendo os benefícios para o trabalhador”, pontuou.
Otto, que autorizou os deputados que integram a bancada baiana a votar de forma favorável, apesar de criticar alguns pontos do texto, pondera que é necessário esperar vencer essa etapa na Câmara Federal até chegar ao Senado.

“É melhor esperar essa etapa para ver, mas de uma maneira geral melhorou muito para os mais pobres, mas ainda assim pensão por morte reduzir em menos de um salário mínimo é doloroso para quem recebe, no regime geral da previdência estabelecer 65 anos para homens e 70 para mulher, acho que deveria ser menor, de forma gradual, e não de forma tão abrupta”, sugeriu.

Com um tom mais crítico, Wagner não nega que são várias hipóteses de mudanças ao texto. “O problema é que o pessoal fica antecipando muita coisa, a matéria não foi nem votada em segundo turno na Câmara e precisamos esperar se o segundo aprovará o texto aprovado no primeiro. Mas, quero registrar que nós já tivemos quatros vitórias importantes: ataque a aposentadoria do trabalhador rural, a questão do benefício de prestação continuada, a desconstitucionalização e o regime de capitalização, que eram os mais violentos contra as pessoas mais simples, porém ainda há um texto muito pesado, principalmente contra os mais pobres, bem como continua com a mesma lógica de sempre de cobrar muito dos menos favorecidos e nada dos mais ricos. Não tem contribuição sobre os lucros líquidos, não tem sobre distribuição de dividendos, não tem cobrança para as empresas rurais, então pode chegar a hipótese de uma PEC paralela, mas eu não gosto de muita invenção, eu prefiro modificar normalmente”, assinalou.

Porém, eles se mostram contrários a inclusão dos estados e municípios ao texto por meio de uma PEC paralela. “Sou contra. Rui já fez sua reforma administrativa aqui e na minha opinião pode quebrar a autonomia das Assembleias, dos Estados, quebrar a política administrativa, financeira”, disse Otto.
“A ideia é que votar como veio da Câmara Federal e tentar fazer alguns ajustes na questão das idades e transações”, reforçou Coronel.

Mari Leal e Fernanda Chagas
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