24 de junho de 2019 | 08:21

Projetos no Congresso destravam mais de uma Previdência em investimentos

economia

Um conjunto de oito projetos em tramitação no Congresso, mais da metade encampada pela equipe de Jair Bolsonaro para evitar uma nova recessão, tem potencial para gerar R$ 1,4 trilhão em investimentos em dez anos, impacto maior que o da reforma da Previdência. Diante da falta de articulação política do governo, o Congresso decidiu levar adiante a pauta econômica do país. Depois de adotar a reforma da Previdência e acelerar a tramitação da tributária, lideranças partidárias começam a elencar os projetos prioritários para um choque nos investimentos necessários para a geração de emprego. Levantamento de Marcos Ferrari, ex-secretário de Assuntos Econômicos do extinto Ministério do Planejamento, mostra que, com os oito projetos, seria possível ampliar a taxa de investimento da economia, especialmente na infraestrutura, em 40% nos próximos dez anos, o que daria R$ 1,4 trilhão no período.
“A questão não é falta de recursos [para investimento]”, disse. “O principal é resolver gargalos. Os nós estão na escassez de projetos viáveis e na falta de eficiência regulatória.” Para Ferrari, que deixou recentemente a diretoria de infraestrutura do BNDES, a maior parte do cálculo envolve aprimoramentos regulatórios. “Bastaria modernizar as regras de setores como telefonia, energia, saneamento e mineração para destravar investimentos”, diz. “Além disso, é preciso estabilidade nas decisões das agências reguladoras.” Projetos como esses podem destravar aportes das empresas enquanto o governo passa por limitações orçamentárias. No primeiro trimestre, o investimento da União correspondeu a 0,35% do PIB –menor nível para o período na série histórica, iniciada em 2007. A iniciativa privada defende que também está limitada para investir em boa parte por amarras regulatórias. Em infraestrutura, o nível de investimentos totais caiu de 2,4% do PIB em 2014 para 1,7% em 2018, segundo a Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base).

Folhapress
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