10 de março de 2019 | 10:26

Maduro deixa câmbio oficial mais caro que paralelo para atrair dólar

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Uma das coisas que têm atraído visitantes – venezuelanos que emigraram ou estrangeiros – a Caracas é uma medida adotada pelo Banco Central da Venezuela: a aplicação de uma taxa de câmbio melhor até do que a do mercado paralelo. A decisão foi tomada para atrair dólares para o país, depois do cerco liderado pelos EUA para asfixiá-lo financeiramente. No dia 28 de janeiro, o dólar oficial passou de 2.084 para 3.299 bolívares – um valor superior ao do paralelo. Com isso, em vez de se aventurar pelos calçadões do centro de Caracas para trocar moeda a uma cotação melhor, os venezuelanos com contas no exterior e os turistas podem simplesmente usar seus cartões de crédito para fazer pagamentos a preços relativamente baixos. O problema para o regime é que isso diminui os ganhos dos militares e empresários que, por suas relações com o governo, lucravam com as diferenças entre a taxa de câmbio oficial e o valor real de mercado. Menos lucros significam menos disposição de arriscar a pele por um regime que enfrenta uma robusta oposição interna e externa. Com a rápida perda de moeda forte, o BCV vem desvalorizando o bolívar frente ao dólar. Desde o mês passado, ele passou a flutuar livremente. Antes de permitir a flutuação, o BCV desvalorizou o bolívar soberano – instituído em agosto, com corte de cinco zeros – em 35%.

Estadão
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