07 de março de 2019 | 08:09

Chavismo expulsa diplomata alemão e prende jornalista

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O governo da Venezuela expulsou ontem do país o embaixador alemão Martin Kriener, provocando protestos do governo da Alemanha. Em outra ação que foi criticada internacionalmente, o regime chavista prendeu Cody Weddle, um jornalista americano que vivia em Caracas e colaborava com diversas publicações internacionais. Kriener foi comunicado que teria 48 horas para deixar a Venezuela depois de ter liderado um grupo de diplomatas europeus e latino-americanos na recepção ao líder opositor Juan Guaidó no Aeroporto de Maiquetía, na segunda-feira. Guaidó retornou à Venezuela depois de passar nove dias viajando por Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador, discutindo a crise venezuelana com líderes regionais. Proibido pelo presidente Nicolás Maduro de deixar o país, ele viajou sem problemas à Venezuela e convocou para sábado novos protestos contra o governo. Logo depois que Guaidó declarou-se presidente interino do país, em janeiro, o governo americano alertou Caracas de que haveria “sérias consequências” contra a Venezuela se o chavismo decidisse prendê-lo ou ameaçá-lo fisicamente. Mesmo com a retórica de que Guaidó seria processado e impedido de deixar o país, nada aconteceu. Contra os alemães, no entanto, a reação chavista foi mais dura. Em comunicado, o governo venezuelano afirmou que sua decisão se deve a “recorrentes atos de ingerência nos assuntos internos do país pelo diplomata que, “em desacato, compareceu ao Aeroporto Internacional de Maiquetía para testemunhar a chegada do deputado Juan Guaidó”. “A Venezuela considera inaceitável que um representante diplomático estrangeiro exerça em seu território um papel público mais típico de um líder político em clara sintonia com a agenda conspiratória de setores extremistas da oposição venezuelana”, diz a nota. O governo alemão, por sua vez, anunciou que consultará aliados europeus para saber como responder à expulsão do embaixador. “É uma decisão incompreensível, que agrava a situação, em vez de amenizar tensões”, disse o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas. “O apoio alemão a Guaidó é inabalável.”

Estadão Conteúdo
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